Agência Internacional para a Investigação em Cancro, da OMS, aponta para mais de 33 mil óbitos. Coloretal, mama e próstata são os mais diagnosticados.
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Depois da quebra de diagnósticos em 2020, dois anos volvidos Portugal terá registado mais de 69 mil novos casos de cancro. Ano em que as mortes por cancro terão chegado próximo das 34 mil. As estimativas são da Agência Internacional para a Investigação em Cancro, da Organização Mundial de Saúde (OMS). Que, numa dimensão mundial, apontam para cerca de 20 milhões de novos diagnósticos e 9,7 milhões de óbitos em 2022.
Os dados são conhecidos nas vésperas do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala no próximo domingo, e assentam em estimativas nacionais por modelagem. Apontando para 69.567 novos casos de cancro em 2022, num total de 33.762 mortes. No ano em análise, 203.570 pessoas tinham doença oncológica (prevalência a cinco anos). Com um em cada quatro portugueses (28,6%) em risco de desenvolverem cancro antes dos 75 anos.
Pulmão: o mais fatal
Numa análise à mortalidade por tipo de cancro, pulmão, coloretal e estômago estão no topo da lista. Já em termos de diagnósticos, o ranking altera-se para coloretal, mama e próstata. No que ao cancro do pulmão concerne, o número de casos é três vezes superior nos homens. Em 2022, as estimativas apontam para 6.155 novos casos de cancro de pulmão e 5.077 mortes.
Quanto ao cancro da mama, contabilizam-se mais de nove mil novos diagnósticos, num total de 2.243 óbitos. Apesar de os dados não serem diretamente comparáveis, refira-se que, em 2020, o Registo Oncológico Nacional apurou 7.504 novos casos de cancro da mama. Aliás, naquele ano, o número de novos diagnósticos caiu 9%, para 52.723.
Uma quebra antecipada pelos médicos, devido à interrupção dos rastreios de base populacional. Por outro lado, devido ao foco no combate à pandemia, aos institutos oncológicos não estavam a chegar doentes referenciados. Na altura, como o JN noticiou, o IPO do Porto, por exemplo, registou uma quebra, em 2020, de cerca de 20%. Já em 2022, recebeu 11.500 novos doentes, no segundo maior número de sempre.
De referir, ainda, que em 2022 a agência da OMS estimou em 3.668 os novos casos de cancro de estômago e em 2.578 as mortes. Numa especificidade do país, em particular da região Norte, e que tem como possíveis explicações fatores genéticos, maior prevalência da bactéria Helicobacter pylori e hábitos alimentares.
2.ª causa de morte
Em 2020, o cancro foi a segunda causa de morte em Portugal, com 28.323 óbitos, de acordo com os mais recentes dados do Registo Oncológico Nacional. Os cancros do pulmão (4.307), cólon (2.609) e estômago (2.131) responderam pelo maior número.
Projeções para 2050
De acordo com as projeções do Globocan 2022, em 2050 o país poderá chegar aos 81.470 novos casos de cancro, num acréscimo de 17%. Ano em que os cancros da próstata, mama e cólon deverão responder pelo maior número de diagnósticos. Em termos de mortalidade, aponta-se para uma subida de 33,9%, para os 45.200 óbitos.