Mais de 800 mil pessoas ficaram desalojadas em 2024 devido a catástrofes naturais
Mais de 800 mil pessoas, do mundo inteiro, ficaram desalojadas devido a catástrofes naturais em 2024. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), este é o maior registo desde 2008. No último ano houve cerca de 150 tempestades em todo o mundo.
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O relatório da Organização Mundial de Metereologia da ONU, o número de pessoas desalojadas devido a eventos climáticos extremos bateu recordes em 2024. Segundo avançou, esta quinta-feira, o jornal britânico "The Guardian", no último ano mais de 800 mil pessoas ficaram sem casa.
De acordo com o relatório da ONU, os ciclones tropicais foram responsáveis por grande parte destes números. Por exemplo, o ciclone que afetou Moçambique, em dezembro, desalojou cerca de 100 mil pessoas, tendo destruído milhares de casas, estradas e redes de comunicação. No ínicio de setembro, o tufão Yagi que atingiu o norte do Vietname provocou várias vítimas e também deixou várias pessoas deslojadas.
Além dos ciclones, também os incêndios florestais levaram a que muitas famílias a perderem os seus lares. No ínicio do ano, os incêndios florestais que ocorreram no Chile destruíram milhares de casas e mataram mais de 300 pessoas. Também o Canadá e os Estados Unidos da América foram assolados por vários incêndios florestais, que levaram ao desalojamento de 300 mil pessoas.
Segundo o Organização Mundial de Metereologia, no último ano houve cerca de 150 catástrofes naturais, entre ciclones, incêndios, secas e inundações. Nos Estados Unidos da América, o fucarão Helene, que ocorreu em setembro, levou à morte de mais de 200 pessoas, tendo sido o maior número de vítimas registado desde o furacão Katrina, em 2005. O relatório realça, ainda, que a seca levou ao agravamento das crises alimentares em 18 países.
Temperatura bate recorde
O relatório alerta para alguns dos "sintomas" que o Planeta nos tem dado: por exemplo, a concentração atmosférica de dióxido de carbono, de metano e de óxido nitroso, registou, em 2023, os níveis mais elevados dos últimos 800 mil anos e, os últimos dez anos foram os mais quentes de sempre, sendo que desde junho de 2023 até dezembro de 2024, as temperaturas médias mensais foram superiores ao valores registados nos anos anteriores. O recorde de temperatura foi batido no início do ano, com a presença do fenómeno climático El Niño.
A subida no nível do mar atingiu o valor mais elevado desde 1993, sendo que a taxa de subida entre 2015 e 2024 (4,7 mm por ano) foi o dobro do valor registado entre 1993 e 2002 (2,1 mm por ano). Além disso, entre 2022 e 2024, o balanço de massa glaciar trienal foi o maios negativo de que há registo.