Mais de cem profissionais de saúde criticam Governo “antiquado” e declaram apoio à AD
Mais de cem profissionais de saúde assinaram um manifesto de apoio à candidatura da Aliança Democrática (AD), onde responsabilizam um “Governo antiquado e ideológico” pelo estado de “deterioração” do Serviço Nacional de Saúde.
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No documento intitulado “Salvar o Serviço Nacional de Saúde”, que tem como primeiro subscritor João Queiroz e Mello, o médico cardiologista pioneiro dos transplantes de coração em Portugal, considera-se que, “nos últimos anos, o Governo de Portugal foi responsável por uma grave deterioração” dos cuidados de saúde”.
Para os 110 subscritores do manifesto, a degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está “patente aos olhos da população e dos doentes” que “sofrem as mais graves consequências por efeito de um Governo antiquado e ideológico”.
Por exemplo, se durante a pandemia tivesse havido um recurso mais atempado aos setores social e privado para os doentes não-covid muita da mortalidade excessiva do início do ano não teria ocorrido. É que, segundo João Queiroz e Mello, deve-se sobretudo a diagnósticos tardios. “Está-se a pagar o preço do excesso de mortalidade por não se ter recorrido ao privado mais cedo”, afirma.
Convictos de que para inverter o atual estado do SNS é preciso proceder “a uma estruturação devidamente articulado com os restantes prestadores, sociais e privados, os 110 profissionais de saúde resolveram criar o referido manifesto numa altura em que o País se prepara para ir a votos.
“É muito importante salvar o SNS. Para o salvar é preciso ser realista. Portugal é um país que não tem recursos infinitos. É preciso aproveitar o que existe no terreno, o social e o privado, com preços controlados. Qualquer país moderno pensa da mesma maneira”, afirma João Queiroz e Mello, o primeiro subscritor de um manifesto também assinado por Alexandre Valentim Lourenço, médico e diretor do Serviço de Ginecologia do Hospital de Santa Maria e Manuel J. Antunes. diretor do Centro de Responsabilidade de Cirurgia Cardíaca, dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
“As eleições legislativas são uma ocasião privilegiada para se acabar com este ciclo de mediocridade e deterioração”, consideram profissionais de saúde como o médico Fernando Rosas, a enfermeira Ana Albuquerque e o técnico Vasco Betencourt. Os subscritores do manifesto estão, assim, convictos de que o programa da AD “é o mais indicado para corrigir a grave situação e oferecer à população a verdadeira universalidade de cuidados de saúde”.