Foram mais de cinco mil os utentes que, desde a pandemia, foram retirados dos hospitais e acolhidos em instituições do setor social e solidário, bem como do setor privado, por não terem condições de autonomia ou rede de suporte familiar, revelou, esta quinta-feira, o Ministério da Saúde. Atualmente estão disponíveis cerca de 700 vagas destinadas aos internamentos sociais em todo o país e este número vai ser alargado durante este ano.
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Este mecanismo criado em articulação entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a Segurança Social permitiu dar resposta a cerca de 5800 utentes, maioritariamente idosos, que, com alta adiada devido a carências sociais, permaneceram internados nos hospitais públicos, avançou o Ministério da Saúde, numa nota enviada às redações.
De acordo com a tutela, só no mês de janeiro, esta rede de vagas permitiu acolher 155 utentes, conseguindo libertar o mesmo número de vagas nos hospitais do SNS.
Neste momento, há cerca de 700 vagas em todo o país, contratualizadas na rede de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e de lares residenciais. O Governo espera que venham a aumentar nos próximos meses e que haja "uma maior monitorização das necessidades e respostas, através da articulação entre a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e o Instituto de Segurança Social".
Esta quinta-feira, o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social assinaram uma portaria para reforçar este mecanismo. Para a tutela, o diploma "marca uma nova etapa na articulação entre os dois setores para responder aos chamados internamentos sociais", que vem reforçar a resposta ao acolhimento temporário e transitório na rede de lares do setor social e solidário e do setor privado lucrativo.
"Esta medida visa garantir uma resposta mais adequada e segura aos utentes que já não precisam de permanecer hospitalizados, mas que necessitam de uma resposta residencial e, ao mesmo tempo, permite maior resolutividade na gestão do internamento hospitalar, libertando camas para os doentes que precisam de internamento e permitindo que os hospitais e os seus profissionais possam focar-se na missão de responder às necessidades de saúde da população", sublinhou a tutela.
O diploma foi assinado numa sessão pública que decorreu esta quinta-feira na Residência para Idosos do Centro de Bem Estar Social de Alcanena, contando com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e os secretários de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, e da Inclusão, Ana Sofia Antunes.