O ex-ministro Luís Filipe Pereira apresentou esta segunda-feira, em Lisboa, o "Manifesto Cívico Contra o Atraso Económico e Social do País", do qual é o primeiro subscritor, na companhia do também ex-governante Luís Mira Amaral e de figuras como José Ribeiro e Castro e Henrique Neto. O documento realça que o país tem tido um crescimento económico "quase estagnado" desde 1995 e defende que só mudando isso será possível aumentar rendimentos e reduzir a pobreza.
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"A base de partida para este movimento foi a constatação de que a situação económica e social do país é bastante penalizadora, sobretudo, das camadas mais desfavorecidas", afirmou Luís Filipe Pereira.
O antigo ministro da Saúde de Durão Barroso e Santana Lopes esclareceu que o manifesto não quer substituir-se aos partidos nem "apontar um modelo" a seguir, mas sim ajudar o "grande público" a "tomar consciência" das razões de um atraso socio-económico que, no seu entender, "não é uma inevitabilidade".
Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS, considerou que a estagnação é "um problema seríssimo" que impede de resolver "os outros problemas".Questionado pelo JN sobre quais as garantias de que o crescimento futuro signifique melhores salários, disse ser "inevitável" que a criação de riqueza "se repercuta" nos rendimentos.
"Na média da UE em 2036"
Para Ribeiro e Castro, a maioria absoluta do PS obriga a maior "exigência". Nesse sentido, propôs que o Governo defina, todos os anos, "uma meta de crescimento acima da média europeia, acima dos dois países que estão à nossa frente e acima dos dois que estão atrás". O objetivo, frisou, é "estar na média europeia em 2036".
Mira Amaral considerou que um crescimento do PIB idêntico ao de 2022 (6,7%) é "irrepetível". O antigo ministro do Trabalho e, depois, da Indústria e Energia de três Governos de Cavaco Silva anteviu que, em 2023, Portugal volte a ter "um crescimento muito baixo".
Henrique Neto, ex-militante do PS, foi quem mais atacou o Governo. Considerou que António Costa apenas quer "manter-se no poder" e que Portugal é hoje "uma autocracia de fachada democrática".