Missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude lotou ao final desta tarde o Parque Eduardo VII. Para o presidente da República, a "maré jovem sem precedência" dissipou todas as dúvidas sobre o evento católico. Manuel Clemente incentivou os jovens a não serem “reféns” do mundo virtual, mas antes a pôr-se a caminho.
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Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença na missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e, impressionado com a “maré jovem” que se junta para o encontro mundial de jovens com o Papa, disse que isso dissipa todas as dúvidas em torno da sua organização em Portugal. Durante a tarde, à chegada ao Parque Eduardo VII, o presidente da República confessou que a participação ultrapassou a expectativa. Segundo estimativas da organização, mais de 300 mil fiéis participaram na celebração.
“Não me lembro de uma maré jovem como esta, não tem precedência”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, fazendo-se acompanhar pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas. Para o chefe de Estado, o milhão e tal de peregrinos esperados esta semana em Lisboa contribui para ocupar restaurantes, gelatarias e “animar a manhã, tarde e noite” da capital que, nesta ocasião do ano, costuma viver “um período morto”. Aproveitou ainda o momento para anunciar que promulgou a amnistia dos jovens até aos 30 anos com a visita do Papa Francisco a Portugal.
Após uma tarde com vários momentos de música e dança na "Colina do Encontro", o cardeal-patriarca de Lisboa subiu ao altar-palco saudando, nas cinco línguas oficiais, os milhares de fiéis vindos de vários cantos do Mundo que o aguardavam. “Bem-vindos todos”, disse, no início da homilia.
Na ocasião, Manuel Clemente evocou várias vezes o lema desta Jornada – “Maria levantou-se e partiu apressadamente” –, dirigindo-se aos jovens peregrinos que também se puseram a caminho para o encontro mundial com o Papa. E deixou uma mensagem para o futuro da juventude. Num mundo dependente das redes sociais e do mediatismo, os jovens não devem ser “reféns” da virtualidade que os mantém sentados, mas sim “pôr-se a caminho”, disse.
“Assim devemos encarar a própria vida, como caminho a percorrer, fazendo de cada dia uma nova etapa”, incentivou. Foram vários os momentos em que o responsável agradeceu aos milhares de voluntários que tornaram o evento possível.
A primeira missa do encontro juntou “um mar de gente” que seguiu com emoção as palavras do patriarca. Durante uma hora e meia, os milhares de fiéis pintaram um corredor de pessoas do Parque Eduardo VIl até ao Marquês de Pombal. Muitos assistiram à missa sentados no relvado, sempre com as bandeiras de várias nações ao alto. A celebração terminou com o hino oficial, interpretado pela orquestra e o coro da JMJ, dirigido pela maestrina Joana Carneiro.