O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que a viabilização do Orçamento do Estado para 2016 possa envolver o PSD, se a base de apoio político do Governo do PS não for suficiente.
Corpo do artigo
Em declarações à SIC, em Barcelos, o antigo presidente do PSD considerou que "o Governo está a fazer o que deve" no que respeita ao processo orçamental e que "os partidos que apoiam o Governo no parlamento vão ser sensíveis à ideia de não haver uma crise política".
Questionado se, caso isso não aconteça, entende que o PSD deverá aprovar o Orçamento, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Tudo começa na base de apoio político do Governo. Se isso não for suficiente, há de ser naturalmente e ao mesmo tempo tratado com a oposição".
"Porque é do interesse nacional que nós tenhamos orçamento, que não haja crise política e que o país continue o caminho que deve percorrer, com justiça social, mas com rigor financeiro", completou.
O candidato presidencial em quem PSD e CDS-PP recomendam o voto reiterou que, se for eleito Presidente da República no domingo, pretende "fazer tudo para que o Orçamento seja viabilizado".
Ressalvando que não dispõe de "informação específica sobre a posição dos partidos que apoiam o Governo", Marcelo manifestou-se convicto de que o processo orçamental não será motivo para uma crise política: "Eu acho que não, acho francamente que não".
Segundo o ex-comentador televisivo, nesta matéria, "o Governo está a fazer o que deve, que é continuar um caminho do Estado português de redução do défice, para fazer terminar o processo de défices excessivos".
Nestas declarações à SIC, Marcelo Rebelo de Sousa falou novamente sobre as subvenções vitalícias atribuídas a ex-titulares de cargos políticos, reafirmando que sempre foi crítico dessa medida.
Interrogado se, quando liderou o PSD, tomou alguma iniciativa em relação a isso, respondeu: "Sim, sim, cheguei a propor no quadro do partido, mas naquela ocasião não teve acolhimento".
Dentro do PSD "havia de facto reticências e dúvidas em relação a isso" e por outro lado "entendia-se que era uma questão que exigia consenso" com o PS, disse.
"Nessa questão, como aliás algumas outras, que eram para mim importantes - as quotas das mulheres, o caso do rendimento mínimo garantido - havia posições que estavam assumidas e que vinham do passado e que pesavam muito na direção do partido. Eu continuei depois, através do comentário político, sempre, sempre a bater na mesma tecla", acrescentou.