O presidente da República apelou, este sábado, ao voto de todos portugueses nas eleições de amanhã, lembrando que o que “se passa lá fora” deve ser olhado por quem está “cá dentro”. Marcelo vincou que nos 50 anos do 25 de Abril abre-se “um novo ciclo” e alertou que “baixar os braços é sempre pior solução”.
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Em pleno sábado de reflexão, Marcelo Rebelo de Sousa iniciou o discurso a lembrar que as preocupações que tinha referido na mesma ocasião, antes das legislativas de 2022, se mantêm. “A urgência de acelerar a recuperação da economia, sacrificada pela Guerra [na Ucrânia] em 2022, reiniciada em 2023 [Guerra Israel-Hamas], mas agora à espera do que se passa no mundo e na Europa”, afirmou.
De seguida, alertou para os efeitos desse "compasso" provocado pela guerra na saúde, na habitação e na educação, apontando-os como desafio. “Para os mais jovens, sobretudo o desemprego, para os menos jovens a garantia das pensões e reformas”, disse.
Realçando que "os tempos são mesmo muito difíceis – lá fora e, por isso, cá dentro", Marcelo insistiu que o “se passará lá fora” é uma preocupação “silenciada”, mas “decisiva para o arranque da economia”. “A preocupação quase silenciada, ou falada a meia voz, mas que acaba por determinar tudo o demais, é: o que se passará lá fora, este ano e nos anos seguintes? Nas eleições americanas, nas eleições europeias, no que significarão para a guerra na Ucrânia, o Médio Oriente, as tensões no Mar Vermelho, a economia mundial e, novamente, a subida de preços e o custo dos juros”, afirmou.
“No fundo, aquilo que é decisivo para o arranque da economia, para as condições de vida de todos, especialmente os mais pobres, os mais excluídos, os mais dependentes. Mas, também, para a defesa nacional e para a segurança, e para outras instituições soberanas, como a Justiça”, acrescentou.
Numa declaração de seis minutos, Marcelo salientou que é “nesses tempos que importa mais votar”, mesmo para os que “não prestaram atenção ao que se passa lá fora, até porque já vivem suficientemente apreensivos com o seu dia a dia cá dentro”.
“É em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar”
“Tal como para os muitos que se afastaram, que se cansaram, que se desiludiram, é em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar”, vincou.
Marcelo ainda lembrou os 50 anos do 25 de Abril e os 49 anos do primeiro voto direto dos portugueses. “Fecha-se um ciclo de meio século da nossa História, abre-se outro, com novos desafios, novas exigências, novas ambições, mas sempre com os mesmos valores: Democracia, Liberdade e Igualdade”, notou.
No final, voltou a apelar ao voto dos portugueses e a lembrar a que “nestes tempos baixar os braços é sempre a pior solução”, alertando que um “voto desperdiçado, quando mais fazia falta, nunca é compensado por outro voto, mais tarde, porque o tempo não pára, e, muito menos, volta para trás”. “Só o vosso voto decide, só o vosso voto escolhe, só o vosso voto é a palavra final”, referiu.
“Por tudo isto, e ainda por ser este um momento de dar nova vida, em estabilidade e em segurança, à nossa Liberdade, à nossa Igualdade e à nossa Democracia, apelo ao vosso voto. A pensar no vosso futuro, no futuro dos vossos filhos e dos vossos netos”, terminou.