O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou críticas à Direção-Geral da Saúde pelo atraso na divulgação das regras para a festa do Avante.
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"A cinco dias da realização do evento, não se conhecem as regras sanitárias. Assim, não há clareza. Assim, não se pode comparar com outras situações. Assim, não se pode saber se as regras serão respeitadas. Acho que isto não é bom para ninguém. Não é bom para o Estado. E a DGS significa aqui o Estado", disse Marcelo Rebelo de Sousa, falando aos jornalistas em Monchique, no Algarve.
"Isto não é bom para o organizador também, que não conhece as regras, e não é bom para a credibilidade", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Estamos no meio de uma pandemia, os números têm subido nos últimos dias e mais do que nunca é importante que se saibam as regras com clareza. E a cinco dias do evento não se sabe quais são as regras. Isso preocupa-me", sublinhou o presidente da República.
O Presidente da República recordou que em 26 de maio quando promulgou a lei sobre festas e festivais, alertou para três pontos importantes: "Primeiro, quando as autoridades sanitárias interviessem, interviessem com clareza, a segunda era, de forma atempada para as pessoas com tempo conhecerem as regras do jogo, e a terceira, respeitando o princípio da igualdade, tratar igualmente situações iguais".
Rebelo de Sousa lembrou ainda que a pandemia de covid-19 tem conhecido altos e baixos, com os valores a subirem "um bocado, estando ainda numa linha que não é de rotura, mas têm subido".
Devido à pandemia da covid-19, a 44.ª edição da Festa do Avante, que se realiza de 4 a 6 de setembro, conta este ano com um terço da lotação (33 mil pessoas).
Corredor turístico novamente fechado?
Questionado sobre se o aumento do número de casos positivos de covid-19 em Portugal pode vir a ter influência na decisão de países emissores de turistas, nomeadamente do Reino Unido, de decretarem novamente restrições a oriundos de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "há que ter atenção e que prevenir".
"Já disse e penso que é a posição também das autoridades sanitárias. É preciso ter atenção, mas não há neste momento circunstâncias que justifiquem a inversão da última decisão do Reino Unido em relação a Portugal", concluiu.
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