O presidente da República considera "insensato pensar na dissolução do Parlamento", após a instabilidade gerada pelo aparecimento de casos polémicos que implicaram a demissão de vários governantes.
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Marcelo Rebelo de Sousa, que fazia um balanço das dificuldades dos sete anos de mandato, considera que num cenário atual, de guerra, de inflação e de desafios económicos, defender a saída de António Costa do lugar de primeiro-ministro e a consequente dissolução do Parlamento "não faz sentido".
O chefe de Estado reiterou a ideia de que seria "uma falsa solução" não dissolver o Parlamento, mas demitir o primeiro-ministro, porque António Costa foi quem conquistou a maioria absoluta e "se mudar o primeiro-ministro, há dissolução do Parlamento".
Sobre a crispação crescente a envolver o Governo, Marcelo acrescentou que o escrutínio tem vindo a aumentar, "o que obriga o Governo a ter mais cuidado, não tanto na escolha dos titulares, mas com o que é explicado aos portugueses sobre o comportamento dos governantes", e lembrou que o mesmo nível de afrontamento se verificou com governos de maioria absoluta anteriores e a oposição.