O presidente da República afirma existir "uma expectativa muito grande" face ao que será a resposta do Governo ao aumento do custo de vida. Marcelo Rebelo de Sousa refere ser positivo que haja um "espaço de concordância" entre Governo e PSD quanto à urgência em fazer face à crise inflacionista e regista a convergência entre ambos os partidos sobre a sua necessidade.
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"Há um acordo na política portuguesa acerca da necessidade das medidas, entre Governo e Oposição, embora cada qual apresentando um leque diferente de medidas", afirmou o chefe de Estado, esta sexta-feira, em São João da Pesqueira.
Marcelo diz ser necessário aguardar pelo conhecimento de todas as medidas que o Governo apresenta na segunda-feira para perceber se o próximo passo "é o caminho dos impostos" ou de outras ajudas, como um "caminho de apoio financeiro". O presidente diz ser fundamental "saber se esse conjunto de medidas é suficiente", admitindo que há dinheiro da receita dos impostos e do PRR para as concretizar.
O presidente lembrou que da parte do Governo, houve "a convocação de um Conselho de Ministros extraordinário para segunda-feira, acelerando a tomada de medidas, antes mesmo de tratar de outros temas no conselho normal de quinta-feira", afirmou, acrescentando não conhecer as medidas.
"Por outro lado, a oposição, toda ela, a também avançar agora com um pacote de medidas de emergência, o que quer dizer que há um espaço de concordância. Todos admitem que não se pode perder tempo, encarando a situação criada pela pandemia e a seguir pela guerra e isso é positivo", considerou.
Saúda concorrência do PSD
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que, enquanto noutros países, "as oposições ainda estão a estudar propostas", em Portugal "uns e outros avançam entre este fim de semana e o começo da semana que vem". E, sem mencionar o líder do PSD, Luís Montenegro, atirou: "Não há nada como uma boa concorrência" para o Executivo encontrar boas soluções.
Confrontado pelos jornalistas com as preocupações em relação à queda no investimento na saúde, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a reforma do Sistema Nacional de Saúde (SNS) já estava prevista "antes da posição da ministra, quer em termos de fundos para a saúde, quer em termos de orgânicas de saúde".
Salienta que a regulamentação do novo estatuto de SNS dependerá de um conjunto de diplomas, que ainda terão de ser aprovados pelo Governo, e que há dinheiro no Orçamento do Estado no domínio da saúde que "ainda não foi gasto e que ainda pode ser gasto até ao fim do ano".