O presidente da República desdramatizou, esta quarta-feira, a eventual redução do fornecimento de gás oriundo da Nigéria. Embora tenha reconhecido que o caso gera "preocupação", Marcelo Rebelo de Sousa negou que haja "um corte de gás", salientando que a situação deverá ficar normalizada "até ao fim do ano".
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De visita à Irlanda, o chefe de Estado frisou que o episódio já está "parcialmente ultrapassado", uma vez que o Governo português tem desenvolvido "várias diligências" que tiveram "uma reação muito positiva" da parte dos nigerianos. "Está a trabalhar-se para [as dificuldades] serem ultrapassadas até ao fim do ano", afirmou.
Segundo Marcelo, o presidente desse país africano comprometeu-se a, "até ao fim do ano, tudo fazer para ultrapassar aquilo que aconteceu quanto a alguns fornecimentos no passado recente". Nesse sentido, e embora tenha admitido que o caso gerou "preocupação", o presidente português garantiu que, nesta altura, já há "um começo de resposta que é positivo".
A apreensão manifestada por Marcelo Rebelo de Sousa prende-se com o facto de a Nigéria ter "um peso muito grande no fornecimento de gás a Portugal". No entanto, o chefe de Estado sublinhou que "não está em causa um corte de gás" e que esse país pretende continuar a ser "um cumpridor zeloso" no que respeita às entregas do referido combustível.
O presidente também procurou relativizar as preocupações da Galp, que, na véspera, revelou ter sido informada, pelo fornecedor nigeriano, de uma "redução substancial" das entregas. "Há outros países que mostraram interesse em fornecer a Galp e a Galp não tem mostrado interesse em ter esses fornecimentos", declarou.
Com efeito, se a falha nas entregas de gás nigeriano deixou Marcelo inquieto, os avisos da Galp nem tanto: "Uma coisa são as prevenções que determinadas companhias fazem de vez em quando, outra coisa é a movimentação a nível de governos para ultrapassar esses problemas", considerou o chefe de Estado.
A Nigéria luta, nesta altura, com várias inundações provocadas pela chuva intensa, e que terão prejudicado a produção de gás. Desde julho, as inundações já fizeram mais de 600 mortos no país, causando ainda 1,3 milhões de deslocados.