O presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido pelo Papa Francisco, esta quinta-feira, no Vaticano.
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Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao Vaticano faltavam poucos minutos para as 10 horas (menos uma hora em Portugal continental), tendo sido recebido no Pátio de São Dâmaso por um piquete de 12 elementos da Guarda suíça e pelo prefeito da Casa Pontifícia, arcebispo Gaenswein.
Na audiência, o presidente da República ofereceu ao Sumo Pontífice seis casulas (vestes litúrgicas, usadas pelos padres) desenhadas por Siza Vieira, em diferentes cores - verde, roxo, azul, vermelho, branco e rosa) e um registo (gravura) de Santo António da sua coleção particular.
Já Francisco ofereceu ao chefe de Estado português os dois principais documentos do seu pontificado: a Encíclica "Laudato si'" (na qual o Papa critica o consumismo) e a primeira exortação apostólica "Evangelii Gaudium" (Alegria do Evangelho).
O Papa ofereceu ainda um medalhão com dois ramos de oliveira entrelaçados, que e o símbolo da paz, dizendo que a missão dos políticos é construir a paz.
Marcelo Rebelo de Sousa justificou a escolha do Vaticano para a sua primeira viagem como um "agradecimento" pelo facto de a Santa sé ter sido a primeira entidade a reconhecer o Estado português em 1179. E levou consigo uma carta de República portuguesa a reafirmar o convite para o Papa visitar Portugal em 2017, ano da comemoração do centenário das aparições em Fátima.
Após a audiência, que durou cerca de 30 minutos, o presidente disse aos jornalistas não estar autorizado a revelar qual a posição do Santo Padre mas foi perentório: "o máximo que eu posso dizer é que saí muito feliz da audiência".
Marcelo sublinhou que "o papa Francisco referiu-se a Portugal e aos portugueses com muito, muito apreço". "Recordou que na sua infância lidou de muito perto com portugueses. A família vivia numa área onde havia muitos portugueses e desde muito cedo conheceu os portugueses emigrantes na Argentina, os portugueses povo trabalhador, humilde, sério, fraternal e solidário", contou.
Segundo o chefe de Estado português, o Papa Francisco "percebe a vocação universal dos portugueses". "Não é um fenómeno que seja preciso explicar-lhe, percebe", frisou Marcelo, sempre insistindo que Francisco se referiu a Portugal de um modo "quase carinhoso".
O Papa conversou em castelhano, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa se exprimiu, de acordo com a sua própria definição, num "português em transição para o espanhol".
As declarações foram feitas na embaixada de Portugal em Roma, antes de viajar para Espanha, onde ao fim da tarde tem um encontro em Madrid com o rei Felipe VI.
A acompanhar o presidente está uma comitiva de cinco pessoas, entre as quais o secretário de estado das comunidades portuguesas, José Luís Carneiro, e alguns elementos da embaixada de Portugal em Roma.