O país começou a semana às escuras e o presidente da República ainda não fez nenhuma declaração sobre o apagão. A última vez que Marcelo falou aos portugueses foi no sábado, depois do funeral do Papa Francisco e nem foi, como previsto, à inauguração da Ovibeja.
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Para quem se habitou a ver Marcelo Rebelo de Sousa a ir ao Multibanco pouco depois do chumbo do Orçamento do Estado, na Assembleia da República, em 2021, ou a comer um gelado na rua horas depois de António Costa ter rejeitado o pedido de demissão do ministro João Galamba, em 2023, o silêncio de Belém pode parecer estranho. A verdade é que o presidente não fala há cinco dias.
Na segunda-feira, quando milhões de portugueses ficaram sem luz durante mais de dez horas, o chefe de Estado apenas publicou uma nota curta e telegráfica, na página da Presidência da República, a dar conta de que estava a “acompanhar a situação em contacto permanente com o Governo”.
Ainda assim, a ausência de agenda pública ou o apagão das televisões não significa ainda que Marcelo não tenha trabalhado nos últimos dias. Pelo menos, na terça-feira, o presidente da República promulgou sete diplomas do Governo. O JN sabe que a agenda do resto da semana foi adiada, mas por razões diferentes. No dia a seguir ao apagão e num ambiente de incerteza, a Presidência cancelou o programa “Encontros no Palácio de Belém”, que junta dezenas de alunos de vários pontos do país no Palácio de Belém.
Já na quarta-feira, dia do frente a frente entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, para não retirar espaço aos protagonistas do dia, o presidente optou pelo recato e também adiou a visita à inauguração da Ovibeja, onde esteve o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.
Marcelo deverá quebrar o silêncio esta sexta-feira na inauguração da requalificação do Posto de Comando da Pontinha, Odivelas, pelas 14 horas.