O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quinta-feira que a situação recente da evolução dos infetados em Lisboa e Vale do Tejo "deve ser ponderada pelo Governo nas próximas semanas".
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"O objetivo da reunião de dia 8 é poder olhar para os efeitos da segunda fase de desconfinamento e estabelecer medidas para a terceira fase", começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final de mais um encontro, o sétimo desde o início do surto, em março, com especialistas sobre a "situação epidemiológica da covid-19 em Portugal".
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O Presidente da República admitiu que "a fotografia" da evolução da pandemia de covid-19 no país "é favorável", mas admitiu preocupação com situação na região de Lisboa. "A visão global é positiva. Há preocupação em relação à evolução recente em Lisboa e Vale do Tejo, mas, em termos globais, a primeira fase de desconfinamento não perturbou o R", afirmou, acrescentando que "o que se passa hoje em Lisboa e Vale do Tejo deve ser ponderado pelo Governo nas próximas semanas".
"Não há um descontrolo em Lisboa e Vale do Tejo, mas sim de atenção e preocupação", esclareceu o Presidente da República.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, na reunião desta quinta-feira "reconheceu-se o que há uma especial atenção e preocupação quanto à região de Lisboa e Vale do Tejo", onde o indicador do risco de transmissibilidade - o R - "é ligeiramente superior", de 1,01, acima da média nacional, inferior a 1.
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O R é o número médio de contágios causados por cada pessoa infetada.
"É patente a existência de focos e surtos, mas que estão a merecer atenção e preocupação" por parte das autoridades, afirmou.
Além dos motivos de preocupação em Lisboa, a que se referiu pelo menos por três vezes, Marcelo Rebelo de Sousa destacou "aspetos positivos", com o R abaixo de 1 nas duas regiões autónomas, Alentejo, Algarve, Norte e Centro.
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Outro "aspeto positivo" foi a evolução do número de internados nos hospitais, nomeadamente em cuidados intensivos, que "continua com tendência decrescente" e com "menor pressão" sobre essas estruturas.
Esta é a sétima reunião deste género, com especialistas, Presidente, Governo, líderes partidários e parceiros sociais, e na qual foram apresentados e analisados os dados relativos às primeiras duas fases de desconfinamento, um dia antes do Conselho de Ministros se reunir para decidir sobre a terceira fase de reabertura, prevista para dia 1 de junho.