O presidente da República foi recebido, esta segunda-feira, pelo chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, em Brasília. Marcelo Rebelo de Sousa realçou os "imensos pontos em comum" entre Portugal e o Brasil, desvalorizando o facto de Bolsonaro e os seus ministros não terem usado máscara durante o encontro.
Corpo do artigo
À saída do Palácio da Alvorada, que serve de residência oficial ao presidente brasileiro, Marcelo afirmou que há "muito a realizar" nas relações entre Portugal e o Brasil, nomeadamente nos domínios económicos, sociais, da ciência e tecnologia e da agricultura.
Sublinhando as "posições conjuntas muito fortes" dos dois países quanto à CPLP, União Europeia e Mercosul, o presidente referiu que uma das prioridades do seu encontro com Bolsonaro foi o "estreitamento e aprofundamento das relações bilaterais".
Marcelo não quis comentar o facto de Bolsonaro ter faltado à reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, para marcar presença numa concentração de motards. Ainda assim, considerou que a reabertura do espaço foi um "momento histórico" para todos os falantes de português.
Questionado sobre se sentiu incomodado por Bolsonaro nunca ter usado máscara durante a cerimónia, Marcelo foi, uma vez mais, diplomático. Referindo ser "expectável" que a delegação portuguesa se apresentasse de máscara - já que é assim que "tem estado sempre nas cerimónias oficiais" -, o o presidente disse não querer "formular juízos" sobre o assunto, "e menos ainda sobre os anfitriões".
Preparar o bicentenário da independência
Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido pela guarda de honra cerca das 12.30 horas de Brasília (mais quatro horas em Lisboa) por Jair Bolsonaro e uma comitiva de membros do Governo, incluindo o vice-presidente, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França.
Pelo lado português, participaram além de Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, e o embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos.
O encontro com Jair Bolsonaro, que é o último ponto da visita de trabalho de quatro dias de Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil, atraiu a atenção da imprensa brasileira, mas os jornalistas não foram autorizados a entrar, tendo sido mantidos a alguns quilómetros de distância do Palácio da Alvorada, num espaço conhecido localmente como "o cercadinho da imprensa".
Na cerimónia de cumprimentos, que foi transmitida em direto através dos canais de comunicação oficiais do governo, foi notório o contraste entre a comitiva portuguesa toda de máscara e a brasileira - incluindo o presidente Bolsonaro - sem.
1422258214582771717
No encontro entre os dois chefes de Estado estiveram as relações de cooperação entre os dois países, nomeadamente a nível económico, bem como a participação de Portugal nas comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, que se assinalam em 2022.
Em declarações aos jornalistas no domingo, antecipando o encontro com Bolsonaro, Marcelo tinha assegurado que, da sua parte, tudo fará para "construir melhores pontes" com o Brasil, dando continuidade ao reforço da cooperação histórica entre "dois países irmãos".