Marcelo recusa fazer "cenários" sobre se aceitará geringonças: "O que conta são os votinhos"
O presidente da República recusou revelar se só dará posse a um Governo do partido que vencer as legislativas ou se, pelo contrário, aceitará um Executivo formado pela segunda força política, ao estilo geringonça. Marcelo Rebelo de Sousa disse que irá "esperar" para ver qual será "a vontade dos portugueses" nas urnas.
Corpo do artigo
Repetidamente questionado sobre se só aceitará um Governo do partido vencedor - como tem sido noticiado -, o chefe de Estado não quis comentar "cenários". "Vamos esperar. Não há nada como ver factos, resultados, dados concretos e não congeminações", respondeu.
Marcelo sustentou que, nesta altura, tudo o que dissesse a este respeito poderia ser "considerado como favorável ao partido A, B, C, D ou E". Nesse sentido, disse preferir "esperar pela vontade dos portugueses", tendo elogiado os líderes partidários por estarem a ser "muito claros" sobre o que farão caso haja maioria à Esquerda ou à Direita. "Todos têm dito como se posicionam" e "a pré-campanha tem sido muito esclarecedora", frisou.
Marcelo revelou que, mesmo entre os seus colaboradores, há dúvidas sobre o que ocorrerá no dia 10 de março. Relatou que, numa das últimas reuniões periódicas com a sua Casa Civil e a sua Casa Militar, "cada um tinha um cenário diferente" sobre os possíveis resultados e entendimentos.
Nesse sentido, o presidente afirmou: "Todos os portugueses têm direito a fazer cenários, desde logo porque têm de escolher o seu voto. Mas o que conta são os votinhos". Mostrou ainda confiança de que o país saberá o que fazer, já que "os portugueses são muito sabidos" em matéria de eleições.
A 10 de março, Marcelo irá "olhar para os resultados" e "ver como as várias forças [os] interpretam". Num registo ligeiro, disse que não pode "violentar" um líder partidário que diga que só governa "se ganhar". O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, já disse precisamente que não aceitará formar Governo caso fique atrás do PS nas eleições.