Presidente diz que "é evidente" que são precisas melhores condições. Nuno Melo promete valorizar mais a NATO.
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O presidente da República pediu, ontem, um “estatuto condigno” para os militares. Na Batalha, em Leiria, Marcelo presidiu ao 106º aniversário da Batalha de La Lys, na Primeira Guerra Mundial, que também é do Dia do Combatente.
“Forças Armadas fortes são navios, aviões e blindados, mas são, sobretudo, quem os navega, os pilota e os conduz e que, ou têm estatuto condigno para serem militares e se manterem militares, ou, uma vez mais, se pode desbaratar um momento irrepetível”, disse.
Nuno Melo, ministro da Defesa, ouvia o recado. “É tão simples perceber isto aqui, junto ao mosteiro da luta pela soberania pátria, que importa não desperdiçar mais tempo a descobrir o que deveria representar, há muito, uma evidência”, completou Marcelo.
Numa altura em que se discute se deve regressar o Serviço Militar Obrigatório (SMO), o chefe de Estado recordou que o peso internacional de Portugal se alcança “com diplomacia, mas também com Forças Armadas fortes”. Além do reforço das condições dos militares, Marcelo apelou ao cabal cumprimento do Estatuto do Antigo Combatente.
Ministro quer mais NATO
O 106º aniversário da batalha de La Lys foi o primeiro ato oficial de Nuno Melo como ministro da Defesa. O líder do CDS-PP aludiu à guerra na Ucrânia para dizer que o conflito junto às fronteiras da NATO “fez muita gente pensar na necessidade de ter uma Defesa competente para garantir uma paz duradoura”.
Por isso, acrescentou, “deve-se valorizar a força e a unidade da NATO”, sendo que é “obrigação” do novo Governo “trabalhar pelo presente e pelo futuro do vínculo transatlântico”.
Para justificar a opção, o centrista recordou que “a NATO venceu a chamada ‘guerra fria’ sem disparar armas, por ser política e operacionalmente forte”.
O que defendem os partidos
Da esquerda à direita, a maioria dos partidos são contra a reintrodução do serviço militar obrigatório. Durante a campanha, Luís Montenegro fez saber que prefere o caminho de “um sistema de incentivos” ao recrutamento.
O mesmo defendido pelo PS, com Pedro Nuno Santos a realçar a importância de reforçar a atratividade para as Forças Armadas.
O BE também afasta “qualquer vontade para reinstituir o serviço militar obrigatório em Portugal”. Tal como a IL, onde Rui Rocha considera a medida “inaceitável”.
O PCP, que até votou contra o fim do SMO, face ao atual contexto de “corrida ao armamento”, afirma que apenas serviria de “carne para canhão”.
Não tão claro é o Chega, admitindo que o assunto merece ser avaliado.