O Presidente da República respondeu esta tarde de quarta-feira às críticas da chanceler alemã, Angela Merkel, que criticou Portugal por ter deixado entrar turistas britânicos apesar dos riscos associados à variante Delta.
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Angela Merkel criticou na terça-feira a falta de regras comuns na União Europeia relativamente às viagens, dando como exemplo a situação de aumento dos contágios em Portugal, que a ver "poderia ter sido evitada". Marcelo Rebelo de Sousa disse que "era difícil coordenar melhor" e que "o que a chanceler disse corresponde a um problema europeu". "O que ela disse foi a verificação de um facto que é: cada Estado acaba por tomar a decisão em função da decisão desse Estado", desvalorizou.
"Na Europa cada país decidiu unilateralmente quer a entrada quer a saída de outros países e as formas de restrição de acordo com a evolução da pandemia. Na Europa tem havido ciclos diferentes e momentos em que Estados se queixam uns dos outros, nós também já nos queixámos da Alemanha", esclareceu ainda.
Numa visita ao novo centro de vacinação de Lisboa, Marcelo reconheceu, porém, "a gratidão" devida "por aquilo que a chanceler fez pela Europa", nomeadamente no que diz respeito aos fundos europeus.
Quando questionado sobre a inevitabilidade de novas restrições na região de Lisboa, Marcelo remeteu respostas para o Conselho de Ministros, que se realiza amanhã. "A pergunta devia ser dirigida ao Governo. É prematuro quem não vai tomar a decisão pronunciar-se sobre ela porque a avaliação é feita amanhã concelho a concelho".
"Longe do patamar do estado de emergência"
Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu também se está preocupado com o aumento de novos casos de covid-19: "A minha posição é de entender que, até este momento, ainda hoje se verificou no número de mortos, que baixou de seis para três, e se verifica no número de cuidados intensivos e de internados, que não atingimos e estamos longe do patamar do momento em que declarei o segundo estado de emergência."
Quanto à possibilidade de voltarem a existir restrições de circulação entre concelhos, o presidente da República remeteu a resposta para os tribunais. "Foram chamados a apreciar essa matéria, não comento processos que estão em tribunal", disse. Recorde-se que o partido Chega vai avançar com uma providência cautelar urgente no Supremo Tribunal Administrativo de forma a impedir o Governo de decretar uma nova proibição de circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa nos próximos fins de semana.
O Chefe de Estado disse que a vacinação "é uma corrida contra o relógio que estamos a fazer para abreviar a pandemia a favor dos portugueses" e reforçou que "a aposta na vacinação é uma prioridade nacional". "Não se pode confundir aquilo que é essencial - vacinar, vacinar, vacinar - com uma ou outra objeção que crie dúvidas sobre a vacina". "No final de agosto já teremos uma percentagem muito significativa de vacinados em Portugal", concluiu.