O Presidente da República considerou esta segunda-feira que a sessão técnica sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal contribuiu para "cimentar um espírito de coesão e de unidade" entre responsáveis políticos e que há razões para esperança.
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"Era difícil estarem aqui reunidos setores políticos tão diferentes, com maneiras de ver a vida tão diferentes. E vieram todos, sem exceção, e todos intervieram, e todos perguntaram e todos foram esclarecidos. Porque todos estavam a remar no mesmo sentido. Estamos todos a remar no mesmo sentido, e vamos remar no mesmo sentido, e esse é o sinal o mais positivo desta reunião", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
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O chefe de Estado falava aos jornalistas no final de uma sessão técnica em que participou a convite do primeiro-ministro, António Costa, no auditório do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa, em que estiveram também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, líderes partidários, sindicais e patronais.
O Presidente da República disse sair desta sessão "menos preocupado" e convicto "de que há razões para ter esperança".
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Outros países olham para Portugal
O Presidente da República confirmou estes contactos "com vários chefes de Estado", ainda na segunda-feira, e deu o exemplo do Rei de Espanha e do presidente da República Italiana, "casos muito impressivos na cobertura mediática em Portugal".
"É possível verificar esta ideia: estamos perante uma pandemia global com uma incidência europeia muito clara. Até aqueles que nalgum momento chegaram a pensar que isto podia ser de alguns países, de algumas sociedades e não de todos, começam a compreender e a tomar medidas ainda quando estão numa fase mais atrasada do processo", apontou.
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Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, outros países "olham para o caso português com muito interesse porque o caso português já tomou em linha de conta as lições de outros casos iniciados mais cedo e pode servir de exemplo naquilo que eles querem fazer".
Surto pode ser após 14 de abril
Questionado se os especialistas mantêm a previsão de 14 de abril como data para o pico da curva epidemiológica em Portugal, o chefe de Estado ressalvou que "não é possível fazer previsões certas" e comparou a pandemia de covid-19 a "uma mola" que se está a tentar conter com "uma pressão muito firme".
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"Tem havido, com este pressionar a mola, uma preocupação que é visível nos números: o crescimento ser menos exponencial, menos acentuado do que se esperava. Isto significa naturalmente que a pressão sobre o sistema de saúde é menor, o número de contaminados não tem crescido ao nível que se esperava e o pico pode deslocar-se", expôs.
"É uma curva mais moderada, e o tal pico, o tal momento de estabilização, que dura um certo tempo, pode ser um pouco depois de dia 14 de abril", acrescentou.