Centenas de pessoas saíram à rua esta quarta-feira, no Porto, numa manifestação que pretendia unir pessoas e chamar a atenção para as desigualdades salariais, machismo, racismo, homofobia e transfobia. Não só no Porto, mas também de norte a sul do país, foram milhares os que se juntaram às 13 marchas que decorreram no âmbito do Dia Internacional da Mulher.
Corpo do artigo
Com o mote "Deixa passar, sou feminista e o mundo eu vou mudar" e "A nossa luta é todo o dia, contra o racismo, machismo e homofobia", várias pessoas juntaram-se à manifestação que teve início na Praça dos Poveiros, no Porto, percorrendo várias ruas da cidade.
Andreia Peniche, participante de um coletivo responsável pela organização da marcha internacional, disse que estará sempre presente enquanto "se justificar lutar pela igualdade". Diz que se impõe a procura de medidas que alterem o quotidiano para atingir a igualdade salarial, o reconhecimento do trabalho doméstico e dos cuidados com o trabalho.
Recorrendo a linguagem inclusiva - "todes", em vez de "todos" ou todas" - e em nome de toda a gente, Andreia Peniche disse que saiu à rua para representar "muitas mulheres e pessoas que não puderam cá estar hoje".
Drama crescente da violência
A marcha busca a luta pela igualdade e são várias as bandeiras de protesto, como as alterações climáticas e o alargamento do prazo da lei do aborto em Portugal Andreia gostava que estas marchas levassem o primeiro-ministro, António Costa, a apresentar medidas para a fiscalização das desigualdades salariais e "que anunciasse que está comprometido com a transformação do país, com medidas concretas e não com discursos redondos".
Maria João Calisto diz que se junta à causa do 8 de março porque "neste dia, morreram centenas de mulheres e continuam a morrer diariamente. Eu como trabalho na área da violência doméstica assisto a este caso que continua a ser um drama crescente com uma ausência de resposta efetiva a este problema".
O Coletivo de Feministas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto alertava para os casos de assédio nas universidades portuguesas. Exigiam o despedimento de professores machistas e a distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual nas universidades.
As condições climatéricas e a chuva miudinha não foram entrave para que as pessoas, mulheres e homens, se manifestassem e fizessem ouvir a sua voz pelas ruas do Porto.