A candidata presidencial Maria de Belém sublinhou, esta terça-feira, que o "grande adquirido" do 25 de Abril foi o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que trata pobres e ricos da mesma forma e lado a lado.
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Neste terceiro dia campanha pelo norte, Maria de Belém Roseira dedicou grande parte do seu tempo às questões da saúde, passando pela Unidade Local de Saúde - Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto.
Pelo meio fez questão de homenagear o antigo ministro da Ciência e Ensino Superior Mariano Gago, que faleceu no ano passado e dá nome a um auditório do i3S.
Em Matosinhos, a antiga presidente do PS fez questão de frisar que esta foi uma visita "que celebra" o SNS enquanto componente importante do Estado Social, referindo que, inclusive, uma "instituição de saúde é aquela onde melhor se realiza o princípio da igualdade" e "que este foi o grande adquirido do 25 de abril e do SNS".
"As pessoas ricas ou pobres são tratadas da mesma maneira, muitas vezes tratadas lado a lado. Mas a qualidade e excelência técnica são idênticas e isto é um ganho extraordinário que nós devemos celebrar", frisou.
Maria de Belém lembrou que antes da revolução, havia "estruturas para ricos e estruturas para pobres". "A grande virtuosidade desta conquista foi o de sabermos que sejamos ricos ou pobres temos que ter acesso ao mesmo tipo de tratamento e com a mesma qualidade", sustentou.
Sempre que pode, a candidata recorda o seu passado político de "40 anos", nomeadamente o seu trabalho na área da Saúde, cuja pasta tutelou no Governo de António Guterres.
"Tenho provas dadas e as pessoas sabem e eu apresento-me a mim própria, não represento os outros. Os eleitores avaliarão em função daquilo que a campanha também permitir avaliar o compromisso dos outros candidatos relativamente a este tipo de direitos", frisou.
E a contribuir para a qualidade da saúde está a investigação e a ciência, as quais a candidata considerou que são o "motor que puxa pelo país".
"Esse motor tem que ser potenciado e tem que se lhe dar visibilidade", sublinhou.
E foi isso que quis fazer com a passagem pela i3S, uma instituição que junta cerca de um milhar de investigadores, 10% dos quais estrangeiros.
Aqui ouviu apelos dos investigadores para "políticas estáveis" para o setor, que dizem ser essenciais.
Maria de Belém defendeu que os financiamentos devem ser plurianuais, que as regras do jogo têm que ser conhecidas e que é preciso encontrar os modelos para não se ter "sempre esquemas rígidos".
"É neste contexto de influenciador, não de interferente, que eu acho que o papel da Presidente da República deve ser marcante", salientou Maria de Belém.
O I3S resultou da comunhão de três dos mais reconhecidos institutos de investigação da Universidade do Porto: o Instituto de Biologia Molecular e Celular, o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto