A candidata presidencial Maria de Belém Roseira passou esta sexta-feira pela feira da Nazaré e foi ao farol ver o mar das "ondas gigantes" que colocaram este concelho nas bocas do mundo e atraem cada vez mais desportistas e turistas.
Corpo do artigo
"A dinamização que o fenómeno da onda gigante veio trazer à Nazaré é importante para a Nazaré, mas é importante para Portugal também", salientou a ex-presidente do PS.
A candidata à Presidência da República subiu ao farol, instalado no forte de São Miguel Arcanjo, para observar o "canhão da Nazaré", o maior vale submarino do mundo, que é responsável pelas ondas gigantes que ganharam fama mundial com a onda surfada por Garrett McNamara. Hoje o mar estava calmo.
"Temos muitos mais estrangeiros, a terra está muito mais cheia e a economia local teve aumentos de faturação em 2015 de mais 50% comparativamente com o ano anterior. Mais cheia e mais internacional", explicou o presidente da autarquia local, o socialista Walter Chicharro.
Estes são, segundo a candidata, "ativos naturais e específicos que podem garantir crescimento económico e crescimento económico é sempre emprego para mais pessoas".
Antes da visita ao farol, Maria de Belém Roseira passou pela feira semanal onde contactou com feirantes mas, ao final da manhã, já encontrou poucos clientes. Esta foi também a primeira ação de rua da candidata nesta campanha eleitoral, que arrancou há seis dias.
Sapatos, casacos, meias, lençóis ou colchas, havia muitos produtos à venda por aqui e Belém ainda ouviu queixas de uma comerciante por causa dos baixos salários que há em Portugal.
"Bom dia? Não, é um péssimo dia. Ganho 300 euros para alimentar os filhos. Temos que fugir daqui para dar futuro aos nossos filhos", lamentou a feirante.
Em resposta, a candidata disse que há um "problema de grande desigualdade em Portugal que é preciso combater".
Nesta passagem pela feira falou-se ainda das tradicionais 'sete saias' das nazarenas e questionada sobre se usaria uma, Maria de Belém respondeu "se se justificasse, poderia usar". "Quando era criança usavam-se as saias muito armadas e havia muito o culto das sete saias da Nazaré", recordou.
Ao seu lado, o autarca Walter Chicarro explicou que "não há apenas uma justificação" para as 'sete saias' e referiu que o que se sabe é que, desde tempos imemoriais, serviam para proteger as mulheres que na praia esperavam pelo regresso dos maridos da faina".
A integração dos ciganos foi também um tema de que se falou, até porque muitos dos comerciantes são desta etnia, e a ex-ministra da pasta da Igualdade no Governo de António Guterres frisou que "Portugal é dos países que há mais tempo tem desenvolvido políticas nesse sentido".
"A tradição portuguesa é uma tradição de integração e uma integração que não é de agora, é de sempre, é uma das distinções nossas", frisou.
Esta ida à feira serviu, segundo salientou, para "dar visibilidade ao ato eleitoral e "à importância das pessoas participaram na eleição".
No dia em que o parlamento discutiu a questão do défice estrutural, Maria de Belém referiu apenas que espera que Portugal "cumpra todos os objetivos" e questionada sobre uma sondagem que será revelada e dá um empate técnico com o candidato Sampaio da Nóvoa, disse que acredita que vai conseguir ir à segunda volta das eleições Presidenciais.