Maria Luís Albuquerque indicada para comissária europeia pelas "qualidades extraordinárias"

O primeiro-ministro revelou, na residência oficial em São Bento, que escolheu Maria Luís Albuquerque, conforme o JN já noticiou, para a candidatura proposta a Ursula von der Leyen. "Tomei a decisão, em nome e com o apoio de todo o Governo, de propor à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a doutora Maria Luís Albuquerque para o colégio de comissários europeus em representação de Portugal", referiu, notando que o nome foi escolhido com "todo o recato".

"É uma personalidade de reconhecido mérito académico, profissional, político e cívico", afirmou esta manhã. E a ex-ministra das Finanças de Passos Coelho "é detentora de qualidades e competências extraordinárias, que vão enriquecer a Comissão Europeia e prestigiar Portugal".

“Pelo seu perfil e pelo conhecimento direto e pessoal que tenho das suas capacidades, sei que vai honrar Portugal", assegurou o chefe do Governo.

Montenegro acrescentou que a nova comissária estará "ao serviço dos europeus", falando de um "novo ciclo na União Europeia, de estímulo interno e com foco na economia europeia, de definição de quadro plurianual financeiros", bem como de "enormes desafios na área da segurança" e no alargamento da União Europeia.

"Considero que Maria Luís Albuquerque honra esse perfil, e sei que vai honrar Portugal. Deposito nela toda a confiança e toda a esperança de que seremos nós portugueses uma vez mais um povo e uma nação que alavanca o reformismo e a ambição europeia de ser um espaço no mundo onde há mais bem estar e mais qualidade de vida, respeito pelo Estado de direito e pela democracia, um Estado social e uma salvaguarda da dignidade de cada ser humano", reforçou.

Maria Luís Albuquerque, de 56 anos, foi ministra de Estado e das Finanças no período em que Portugal estava sob assistência financeira da ‘troika. Integra o Conselho Nacional do PSD e é também membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley. 

O assunto tem dominado a última semana após ter sido noticiada a possibilidade de Luís Montenegro apresentar a escolha portuguesa na Universidade de Verão do PSD, o que foi criticado por alguns socialistas, desde logo pelo secretário-geral, Pedro Nuno Santos. Até porque na agenda de dia 31 foi incluída a intervenção de um convidado surpresa. Esta manhã, Montenegro desfez o tabu, na reta final do prazo para a submissão de candidatos para o colégio de comissários, que termina dia 30.

Agora, a declaração anunciada por Montenegro foi feita na residência oficial do primeiro-ministro para separar as águas num dossiê que é suprapartidário. Os países têm até dia 30 para indicar o nome de uma mulher e de homem à presidente da Comissão Europeia.

Um dos nomes mais falados foi precisamente o da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o que pode garantir uma boa pasta e uma vice-presidência a Portugal por se tratar de uma mulher, sendo assim premiado quando a grande maioria dos estados não está a respeitar o pedido de Ursula von der Leyen e está apenas a indicar homens. Falta confirmar a pasta que Portugal deseja ou poderá ter.

O nome da antiga governante foi avançado no início da semana passada pela edição europeia do jornal “Politico”. 

É a segunda mulher indicada por Portugal, uma vez que a primeira equipa de comissários europeus de Ursula inclui Elisa Ferreira, que foi indicada pelo Governo de António Costa e ficou com pastas de peso: Coesão e Reformas.