Mariana Mortágua: "Ter uma casa não é um privilégio, é um direito constitucional"
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, considerou este sábado, que a habitação representa a "maior crise social” que o país enfrenta, defendendo que o preço das casas não é um problema apenas dos mais pobres.
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A líder bloquista descreveu o problema como “grave”, mas não “suficientemente grave para convencer as elites portuguesas a tomarem uma decisão para resolver o problema”. O “preço da habitação não é só um problema para as pessoas mais pobres”, sustentou Mariana Mortágua, que falava na Casa do Brasil, em Lisboa, num debate com jovens intitulado “Rendas Milionárias, jovens à porta”, onde afirmou que a questão da habitação é um problema para os jovens de “uma geração que não se consegue autonomizar”.
A coordenadora do Bloco alertou que esta é “uma geração que vai entrar no mercado de trabalho e sabe que não vai conseguir pagar uma renda, independentemente do imposto que pagar sobre o salário”. “Se nós esprememos bem as medidas de todos os programas eleitorais, da Iniciativa Liberal (IL) ao Partido Socialista (PS), com diferentes configurações, as respostas são essencialmente as mesmas, é construir mais”, reiterou a bloquista.
Para a coordenadora bloquista, a construção que está a concretizar-se é a de “hotéis e condomínios de luxo”.
Mariana Mortágua admitiu também que há património público que poderia estar a ser usado para alojamento estudantil e acrescentou que é necessário haver reabilitação pública. “Ter uma casa não é um privilégio, ter uma casa para morar é um direito constitucional. Privilégio é uma minoria que enriquece à custa dum modelo económico que cria uma massa de pobres que não conseguem pagar uma casa”, afirmou a líder bloquista.
A bloquista defendeu ainda que é necessário regular o Alojamento Local (AL) e “diminuir as casas" que estão nessa condição.
Relativamente à medida “teto às rendas” defendida pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua considerou ser fácil aplicá-la. “Se os tetos às rendas não funcionassem, porque é que o Partido Socialista da Alemanha está a querer prolongar o programa” questionou.