Marlene Fernandes: de mochileira a caçadora com "paixão" alheia às críticas
Marlene Fernandes cresceu a ajudar o pai e orgulha-se de caçar javalis. Num universo de homens, já ouviu algumas vezes: "Vê lá se não matas ninguém!".
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Marlene Fernandes era ainda menina quando começou a ir à caça com o pai, Mário. “Era a mochileira”, lembra, sorriso brilhante no rosto por mor da lembrança antiga. Naquela época, a função não significava mais do que levar a merenda e carregar “um coelhito ou uma perdigota, para um gajo andar mais à vontade”, aduz o progenitor, gargalhada larga, que toda a gente conhece por “Farrapilha”. As memórias do início de uma “paixão” estão remetidas para quando tinha 13 anos. A carta de caçador só a tirou há quatro, quando somava 35.
Anda feliz agora, porque não é mais “mochileira” e é tão caçadora como o pai, de 66 anos, não obstante não haver comparação possível no número de peças abatidas. “Antigamente, havia muita mais caça”, atiram. Fitam-se nos olhos, cúmplices, não obstante a memória mais cheia de boas jornadas de caçada pertencer a Mário, ou não somasse já meio século de montes calcorreados em busca de coelho-bravo e perdiz, entre outras aves. Também ele herdou o vício do pai.