Na conferência de imprensa da Direção-Geral de Saúde, de acompanhamento da pandemia de covid-19 em Portugal, a ministra da Saúde garantiu esta segunda-feira que o "sistema de saúde tem de manter capacidade de resposta" nos próximos tempos.
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No dia em que Portugal registou mais três vítimas mortais pelo novo coronavírus, Marta Temido afirmou que é importante que os hospitais portugueses continuem a preparar-se para os próximos tempos, mesmo que o vírus já mostre sinais de decréscimo no número de contágios e óbitos. "A instalação de ventiladores e a ampliação dos cuidados intensivos têm de se manter para a prova de inverno, onde pode confluir a gripe e a covid, caso não haja ainda vacina", disse aos jornalistas.
Também esta segunda-feira, a ministra da Saúde anunciou que Portugal atingiu ontem (domingo) um milhão de testes, o que segundo a governante, coloca o país nos primeiros lugares no número de testes realizados. O esforço foi feito entre o setor público, privado, academias e laboratórios. Questionada sobre o valor pago aos privados pelos testes realizados à covid-19, Marta Temido adiantou que o montante ainda não está fechado.
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Embora a pandemia esteja a diminuir em Portugal, a ministra não exclui a hipótese de se reverter algumas medidas de desconfinamento se o número de infetados aumentar por alguma razão. "Se durante vários dias, o RT [Risco de Transmissão] se mantiver acima de 1, o número de óbitos volta a alcançar as dezenas e se os serviços hospitalares registarem mais procura, podemos pensar em medidas de maior confinamento ou medidas de aperto em determinadas áreas", disse Marta Temido. As conferências de imprensa da DGS vão a partir de agora realizar-se três vezes por semana (segunda, quarta e sexta-feira), mas os números da pandemia continuarão a ser publicados diariamente.
Ainda sobre alguns focos de contágio que estão a surgir em famílias e em determinados bairros, tanto a DGS como o Ministério da Saúde estão a acompanhar as situações, mas estão a prestar especial atenção aos lares de idosos, que albergam as populações mais vulneráveis ao vírus. A ministra da Saúde garantiu ainda que as visitas a estes estabelecimentos, que contabilizem pessoas infetadas, estão suspensas.
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Sobre a reabertura dos ATL's esta segunda-feira, Marta Temido respondeu às críticas da demora no envio das indicações das autoridades de saúde para estes estabelecimentos. "Nem sempre conseguimos controlar os calendários, nem mandar as normas com antecedência. Mas as indicações não são uma surpresa".
Portugal registou esta segunda-feira mais três vítimas mortais por covid-19, o que eleva o total para 1520 mortes. Há ainda 37036 infetados desde o início da pandemia: mais 346 novos casos face a domingo.