A ex-ministra da Saúde e atual deputada do PS, Marta Temido, garantiu que a sua candidatura à concelhia do PS de Lisboa, apresentada esta quinta-feira, não significa necessariamente que vá candidatar-se à Câmara da capital em 2025. Mas também não afastou esse cenário: a decisão só será tomada mais à frente.
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"Tudo tem o seu tempo e, a seu tempo, o PS fará essa escolha", afirmou Marta Temido na sede nacional dos socialistas, em Lisboa. Assegurou que a sua candidatura à concelhia "não é um projeto de poder e, muito menos, um projeto pessoal", mas sim um passo que visa construir "soluções" para os lisboetas.
No final da sessão, questionada pelos jornalistas sobre se este passo seria a antecâmara de uma candidatura à autarquia de Lisboa, insistiu: "De todo. É um passo no sentido da definição de uma orientação política com uma marca clara do PS para a concelhia de Lisboa. Como eu disse, cada coisa a seu tempo".
E no caso de António Costa a convidar? Marta Temido repetiu-se: "O que eu disse é aquilo que tenho sempre dito: os militantes devem estar disponíveis para servir o partido. Da mesma forma que estive disponível para este trabalho de concelhia, estarei disponível se o PS precisar de mim. Mas este não é esse momento", vincou.
Regular as "tensões" do turismo
O momento, para já, é de “construir uma estratégia para Lisboa”, explicou Temido. Embora nunca tenha atacado diretamente Moedas e o PSD, disse não se resignar a ter uma cidade “cada vez mais suja”, com uma “mobilidade caótica” e com soluções de habitação apenas “para daqui a dez anos”. Reconheceu o “forte contributo do turismo” para a economia, mas comprometeu-se a “regular” as “tensões” criadas por este.
No seu discurso, que durou cerca de 20 minutos, a ex-ministra reconheceu que as suas palavras poderiam, "eventualmente, defraudar as expectativas" de muita gente que quisesse vê-la, desde já, assumir que defrontará Carlos Moedas nas urnas. De resto, a sala escolhida pelo PS para a sessão, embora não fosse a mais ampla da sede do partido, estava lotada de apoiantes e de jornalistas.
Antes, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e líder da Federação da Área Urbana de Lisboa, tinha carregado nos elogios a Marta Temido, descrevendo-a como uma mulher “lutadora”, “resiliente” e que, durante a pandemia, "entregou tudo o que tinha". Agora, frisou, trará “esperança” e “confiança” aos lisboetas.
Marta Temido é candidata única às eleições da concelhia do PS de Lisboa, que ocorrem no dia 7 de julho.