Faça-se a ressalva que os cristãos não são os únicos a ser martirizados, mas são-no em grande número. A "cristofobia" continua a ofender, a discriminar e a matar.
Corpo do artigo
No Médio Oriente, as crescentes perseguições têm obrigado os cristãos a fugir da região onde nasceu o Cristianismo Na África subsaariana e até mesmo no Extremo Oriente, os cristãos são assassinados aos milhares. O saque de casas e igrejas, a profanação de cemitérios tornam-se ordem do dia, assim como crucificações, queima de pessoas vivas, mutilações e decapitações.
Tudo isso ocorre enquanto a comunidade internacional silencia, aparentemente esquecendo-se do facto de que a liberdade de pensamento, de consciência e de religião é garantida pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.
René Guitton escreveu o livro "Cristofobia. A nova perseguição", publicado em Itália. O autor lembra que "também os judeus e os muçulmanos são perseguidos, mas o reconhecimento do seu sofrimento não se pode dar ao preço da negação do sofrimento dos cristãos. Haveria por acaso vítimas boas e vítimas más, vítimas das quais devemos falar e outras sobre as quais dever-nos-íamos calar?".
Em entrevista à Zenit, diz que, na Turquia, a menção da religião é obrigatória no bilhete de identidade, como também na Indonésia e no Egipto. Professar a fé cristã nesses países de maioria muçulmana cria muitos problemas de discriminação, inclusive em termos de trabalho, o que faz com que, na prática, os cristãos sejam considerados cidadãos de segunda classe. A situação dos cristãos é também péssima nos territórios palestinianos, onde os cristãos correm o risco de desaparecer por completo. "Nesta parte do Mundo, os cristãos são objecto de todo tipo de pressões, intimidações e ameaças, a ponto de alguns fundamentalistas sustentarem a tese de que o Oriente deva ser exclusivamente muçulmano e de que os cristãos deveriam migrar para o Ocidente".
Poder-se-ia acrescentar-se a situação difícil no Iraque, Paquistão, Argélia, Nigéria, Sudão, índia, Sri Lanka e outras bandas.
Na opinião de René Guitton, "a situação de discriminação e perseguição torna-se ainda mais odiosa dado o silêncio do Ocidente".