Os mais de 5 mil mediadores dos Jogos Santa Casa (JSC) de todo o país vão passar a estar munidos de mais mecanismos de limitação ao jogo. Uma das medidas é a possibilidade da leitura de cartões de cidadão para atestar a maioridade dos clientes. Esta é uma das estratégias para evitar a adição do jogo.
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Ao JN, fonte da Santa Casa da Misericórdia confirmou que, em fevereiro, será lançada uma campanha nacional de prevenção e luta contra a adição do jogo. A estratégia não se vai focar apenas "nas raspadinhas”, envolvendo "outras dependências” como o jogo online.
A campanha que adverte para a importância do apostador saber quando parar ainda está a ser desenvolvida pela Santa Casa e, de acordo com o jornal Expresso, deverá ser difundida durante três semanas em várias plataformas: media, redes sociais, perfis de influencers ou cartazes de rua.
Ao mesmo jornal, a provedora Ana Jorge explica que o trabalho também passará pelo financiamento e apoio de projetos de combate à adição. “A Santa Casa está disponível para apoiar financeiramente, através dos jogos, projetos na área da adição patológica, mais ligados à saúde. Estamos agora juntos [com o Instituto para os comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD)] a concretizar melhor o caminho a seguir, a levantar indicadores. Queremos intervir no jogo em geral, o jogo online começa a ser preocupação crescente, mas estaremos mais focados na raspadinha pela dependência que cria”, disse ao "Expresso".
De acordo com o estudo “Quem paga a Raspadinha?”, elaborado pela Universidade do Minho (UM) para o Conselho Económico e Social (CES), o consumo frequente de raspadinhas é três vezes mais comum nas pessoas de baixos rendimentos. O estudo identifica 30 mil pessoas com vício “patológico” da raspadinha em Portugal.
Existem ainda certos grupos da população onde a prevalência das raspadinhas é maior, é o dos cidadãos com baixos rendimentos e com o ensino básico. Segundo o estudo, que resultou de 2554 entrevistas de Norte a Sul e ilhas, os idosos também têm o dobro da probabilidade de jogar do que os jovens. E cerca de 8,7% dos inquiridos joga pelo menos na raspadinha uma vez por mês.