Um medicamento experimental salvou a vida de macacos infetados com a estirpe do vírus ébola que foi responsável pela epidemia na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.
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De acordo com os investigadores, esta foi a primeira vez que se testou nestes animais um tratamento para esta estirpe do vírus hemorrágico que mata macacos e humanos.
Os resultados positivos dos ensaios em macacos funcionaram como uma validação pré-clínica para os testes clínicos (em pacientes), que começaram este ano na Serra Leoa.
Os primeiros resultados da droga experimental, a TKM-Ebola-Guinea, em humanos deverão ser divulgados na segunda metade de 2015, anunciou o investigador da Universidade do Texas e autor do estudo, Thomas Geisbert, à agência de notícias francesa AFP.
Geisbert e a sua equipa começaram por infetar seis macacos do grupo "rhesus" com a estirpe "Makona", a mesma que levou à morte de 10700 pessoas e que infetou outras 25800 no último surto do vírus, que atingiu a Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa.
O segundo passo da investigação consistiu em tratar três dos macacos do grupo com o TKM-Ebola-Guinea - o mesmo tratamento experimental utilizado nos profissionais de saúde infetados pelo vírus durante a última epidemia, mas cuja eficácia em humanos ainda não está provada.
Os resultados evidenciam que os macacos tratados com o TKM-Ebola-Guinea estavam ainda vivos 28 dias depois do início do ensaio, enquanto os restantes tinham morrido entre o oitavo e nono dia de infeção, referiu a equipa liderada por Geisbert.
"Este é o primeiro estudo a mostrar uma proteção pós-exposição (...) contra a estirpe Makona do vírus do ébola", afirmou o investigador.
Até agora ainda não foi encontrada uma vacina ou um tratamento contra o ébola, e a maioria dos medicamentos em desenvolvimento são para estirpes do vírus anteriormente identificadas e que causaram várias epidemias desde 1976.
Em agosto do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu luz verde para que fossem testadas novas drogas contra o ébola, a fim de travar a epidemia no oeste africano, a mais fatal da história do vírus.
O medicamento experimental TKM-Ebola-Guinea bloqueia certos genes do vírus, impedindo assim a sua replicação.