Comparticipação pública da escetamina existe em 21 estados da União Europeia. Doentes portugueses pagam milhares de euros no privado por tratamento inovador.
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O spray nasal usado no tratamento da depressão resistente não é, até ao momento, comparticipado pelo Estado português. O medicamento chamado Spravato, considerado inovador na área da saúde mental e com resultados promissores em doentes, está em processo de avaliação pelo Infarmed. Portugal é um dos seis países da União Europeia (UE) que não avançaram, por agora, para o financiamento público da escetamina, a substância ativa do Spravato e que foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento em 2019. Cinco anos depois, há portugueses a pagar milhares de euros no setor privado para fazer o tratamento com escetamina.
Em Portugal, não havendo financiamento público para o tratamento com escetamina, a prescrição do Spravato só é feita por psiquiatras a trabalhar no setor privado, nomeadamente em hospitais e clínicas, a doentes com depressão resistente, isto é, que não melhoraram os sintomas após a toma de medicamentos antidepressivos de primeira linha, mais “tradicionais”, ou que não responderam positivamente a diferentes tratamentos.