Medicamentos genéricos geraram poupança superior a 580 milhões de euros em 2023
É o número mais alto de sempre. A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares revelou que foram poupados mais de 580 milhões de euros com a dispensa de medicamentos genéricos em 2023.
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A dispensa de medicamentos genéricos nas farmácias contribuiu para uma poupança de mais de 580 milhões de euros no ano passado. Os dados foram revelados pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), esta sexta-feira. Foi registado um crescimento de 71,6 milhões de euros relativamente a 2022, o que representa um aumento significativo de 14,1%. A contabilização divulgada pela associação simboliza o número mais alto de sempre em 13 anos.
Segundo o Infarmed, entre janeiro e outubro de 2023 a quota de medicamentos genéricos rondava a casa dos 51%.
“A cada segundo que passa, a dispensa de medicamentos genéricos gera um valor de 18,42 euros às famílias portuguesas e ao Estado nas farmácias comunitárias”, apontou em comunicado a APOGEN. Dados da Health Market Research indicam que foram dispensadas cerca de 108 milhões de embalagens de genéricos nas farmácias, em 2023, o que corresponde a um crescimento de 5,7% face ao ano anterior.
Os dados divulgados são do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), e do contador online na página de internet da APOGEN, lançado em 2020 através de uma parceria com a Associação Nacional das Farmácias (ANF). De acordo com o contador, já foi registado, em 2024, um valor superior a 96 milhões de euros.
Para a presidente da APOGEN, é importante salientar que “estas terapêuticas mais custo-efetivas garantem maior acesso à saúde, aumentam o acesso à inovação e contribuem para a redução das desigualdades sociais, assim como permitem a prevenção da doença e o aumento da esperança média de vida”.
Maria do Carmo Neves explica a necessidade da “criação de condições de previsibilidade e de atratividade deste setor estratégico” para “viabilizar as mais-valias dos medicamentos genéricos e biossimilares e os resultados gerados no círculo virtuoso da sustentabilidade da saúde”.
Também no entender de Ema Paulino, atual presidente da ANF, a familiarização da população com medicamentos genéricos deve-se “à promoção através dos farmacêuticos e ao aconselhamento prestado nas farmácias no ato da dispensa, contribuindo também para uma melhoria no acesso e, por conseguinte, na adesão dos utentes aos seus tratamentos”.
A presidente congratulou-se, em comunicado, com os números alcançados no ano de 2023, mas ainda assim acredita que é possível fazer mais, e de modo a dar continuidade “à estimulação do crescimento da sua quota de mercado é essencial que se proceda à revisão do modelo de incentivos à dispensa de medicamentos genéricos às farmácias”