Os medicamentos genéricos permitem uma poupança anual de 140 milhões ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) no tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Os dados são divulgados, esta sexta-feira, pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), no Dia Mundial de Luta Contra a SIDA.
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De acordo com a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, o “potencial dos medicamentos genéricos para aumentar o acesso dos doentes à terapêutica com redução da despesa é muito significativo”, uma vez que os encargos dos medicamentos para tratamento da VIH, segundo o relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar do INFARMED, I.P, representam um dos maiores aumentos de despesa no 1.º semestre do ano.
Os “medicamentos genéricos revolucionaram a acessibilidade no tratamento desta doença crónica que impacta a vida de cerca de 48 mil portugueses. Lançados em 2019, no mercado português, os primeiros antirretrovirais genéricos permitiram uma diminuição significativa com encargos terapêuticos no VIH, potenciando o maior acesso e a sustentabilidade financeira do SNS, devido ao seu preço mais acessível”, nota a presidente da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, Maria do Carmo Neves.
Os dados divulgados têm como base uma análise realizada pela Comissão Técnica de Fármaco-Economia (CTFE) da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares.
A presidente da associação salienta que “enquanto não conseguimos concretizar o objetivo global de erradicar a SIDA, os medicamentos genéricos têm permitido aumentar a qualidade de vida dos doentes com VIH”, lembrando que o objetivo do Dia Mundial de Luta Contra a SIDA é impedir desigualdades no combate a esta doença, tendo por base as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Nunca foi tão relevante a discussão do atual modelo do SNS, incluindo dimensões como a sustentabilidade e a eficiência financeira, pelo que os medicamentos genéricos, ao serem mais custo-efetivos, aumentam a oferta de fármacos e facilitam uma gestão equilibrada dos recursos existentes”, acrescenta Maria do Carmo Neves.
Por fim, a responsável alerta que a tutela deve ter em conta “o contributo da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares para o Estado e proporcionar a viabilidade financeira destes segmentos no mercado”. E adverte: “É prioritário assegurar uma cadeia de valor do medicamento competitiva e capaz de garantir o abastecimento e evitar potenciais ruturas, de modo a não impactar futuros lançamentos de fármacos que geram mais acesso à saúde”, conclui.