Demitem-se porque denunciantes de más práticas vão voltar.
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Oito cirurgiões do Hospital Amadora-Sintra apresentaram a carta de rescisão e outros três ameaçam demitir-se em protesto contra o regresso ao trabalho dos colegas que denunciaram más práticas nesta unidade. Os especialistas estiveram três meses suspensos e voltam ao serviço a 14 de agosto. A administração do hospital disse esta segunda-feira em comunicado que “está a trabalhar num conjunto de soluções” e garante que “a realização de cirurgias programadas à população não está em risco no curto prazo com a posição negocial que foi assumida por alguns cirurgiões”.
Um grupo de 11 médicos recusa-se a trabalhar com os especialistas que denunciaram alegadas más práticas cirúrgicas, no Hospital Amadora-Sintra, com consequências de “grande gravidade, algumas resultando em morte dos doentes”, disse hoje ao JN Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos. “Treze queixas foram arquivadas e houve dúvidas em relação a uma, mas nenhuma foi confirmada”, esclarece. Os médicos denunciantes foram suspensos, durante três meses, na sequência de um processo disciplinar por acesso indevido a dados clínicos de doentes.
Negociações
A administração do hospital, que tomou posse há três dias, assegura que “está a trabalhar com o diretor de serviço de cirurgia geral, num conjunto de soluções que visam ultrapassar um impasse relacional que envolve alguns cirurgiões e outros dois médicos especialistas”. Garante que “as negociações decorrem a bom ritmo” e que “a Direção de Serviço tem todas as condições para ultrapassar este momento”.