Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, avisou esta quarta-feira, em declarações ao JN, que a direção executiva do SNS "não será panaceia" nem deve servir para adiar medidas, referiu que a sede é questão "secundária" e desejou que "não seja mais um ato falhado de Manuel Pizarro" quanto à localização de instituições como o Infarmed.
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"Espero que não seja mais um ato falhado de Manuel Pizarro em relação à localização de instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como a do Infarmed", afirmou ao JN o responsável pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), quando questionado sobre o facto de o ministro ter admitido que a sede da nova direção executiva deve ficar fora de Lisboa.
Roque da Cunha começou por defender que "a direção executiva do SNS não deve servir para que o Governo adie medidas urgentíssimas", seja para fixar médicos nas urgências, para resolver a falta de médicos de família, as listas de espera "intermináveis" e os serviços de urgência sem escalas.
"Que seja uma direção executiva e não uma bandeira para apresentar aos portugueses", acrescentou, considerando que os problemas urgentes do SNS não podem esperar por declarações políticas do novo ministro da Saúde, notando que "o fundamental é iniciar o processo negocial".
"Politicamente pode dar manchetes"
"A localização [da sede da nova direção executiva] é secundária. Politicamente pode dar manchetes ao ministro da Saúde, mas o essencial é resolver os problemas" e também "evitar choques e sobreposições de competências" entre estruturas do SNS, apelou ainda.
Roque da Cunha recordou que o SIM não considera fundamental a figura de direção executiva, embora respeite a decisão do Governo. E deixou um aviso: "não será panaceia", é preciso "criar condições para fixar médicos, enfermeiros e administrativos no SNS", bem como "aumentar o investimento".