O ministro das Finanças explica que Laura Cravo, mulher de João Galamba, ministro das Infraestruturas, "não foi nomeada pelo Governo" para qualquer cargo. Medina afirmou, esta terça-feira, na Assembleia da República, que o cargo de diretor para o gabinete onde Laura Cravo exerce funções vai ser alvo de concurso público.
Corpo do artigo
"É a primeira vez que me recordo que um político é criticado na praça pública por adversários, não por nomear alguém, mas sim por não nomear alguém", começou por atirar Fernando Medina, criticando a polémica que surgiu nas últimas horas sobre a alegada nomeação de Laura Cravo para o seu ministério.
O ministro das Finanças garante que a esposa de João Galamba "não foi nomeada pelo Governo, não foi pré-nomeada pelo Governo, não tem nenhuma pré-nomeação à espera de nenhum cargo que dependa de um membro do governo", explicando que a mesma se encontra, à semelhança de "centenas ou milhares de quadros da administração pública" ao abrigo do regime de mobilidade "a desempenhar funções noutro departamento da administração pública de que não é quadro originário".
Laura Abreu Cravo, esposa de Galamba, é funcionária de origem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e está no GPEARI [Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais], onde exerce funções desde março de 2022.
16155525
Destacando que a transferência se deveu às competências que tem na área dos serviços financeiros, Fernando Medina explicou, na Assembleia da República, numa audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) no âmbito do requerimento do Chega sobre o cabaz de alimentos com IVA zero definido pelo Governo, que a mesma passou a coordenar uma equipa do GPEARI, por decisão do diretor-geral.
Lugar de diretor vai a concurso público
A polémica, que levou o PSD a exigir explicações do ex-autarca da Câmara de Lisboa, surgiu depois de uma reportagem da TVI ter avançado que a designação de Laura Cravo para o referido gabinete não ter sido publicada em Diário da República, algo que, de acordo com Medina, não faz sentido, tendo em conta o cargo que a mulher de Galamba desempenha.
"Laura Cravo não foi nomeada pelo diretor-geral diretora de departamento, não vai ser nomeada diretora de departamento, pela razão muito clara, e creio que natural de o senhor diretor-geral pretender que o cargo, depois da saída do anterior titular, seja provido em concurso público".
"Quando abrir o concurso público, quem se quiser candidatar, candidata-se ao cargo de diretor, que neste momento não está preenchido, nem a dr.ª Laura Cravo o preenche", reiterou.