O Ministério das Finanças está a chumbar os pedidos de contratação e os planos de atividade e orçamentos de vários hospitais, porque as propostas são “absolutamente irrealistas”, garante Fernando Medina.
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A justificação surge um dia depois do JN ter noticiado que os documentos estão a ser recusados ou aprovados com cortes significativos nos investimentos e na contratação de profissionais para as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“É evidente que se os hospitais apresentam orçamentos absolutamente irrealistas face aquilo que foram as dotações atribuídas”, não terão o aval das Finanças. As palavras são de Fernando Medina, lembrando que esses planos se enquadram num “quadro geral de mais de 13 mil milhões de euros que o orçamento da Saúde recebe”.
O governante, questionado após a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, aponta, também, problemas às propostas para reforçar os recursos humanos de várias unidades públicas. Medina frisa que, ao seu ministério, foram apresentadas “propostas de contratação de pessoal que estão completamente para além daquilo que é a natureza das instituições. É algo que não pode ter a aprovação do Ministério das Finanças”.
A recusa ou a aprovação dos planos de atividades e orçamento de muitos hospitais do SNS para o biénio 2023-2025, com cortes significativos, merece a crítica do presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. Xavier Barreto assegurou que “praticamente todos os hospitais com plano de atividade e orçamentos aprovados” com quem a associação falou “tiveram algum tipo de corte, principalmente em recursos humanos mas também em investimento”. Alguns são hospitais centrais, adiantou.