Mergulhos na praia, passeios de mota e idas às urgências: os episódios que marcaram a campanha
De Norte a Sul do país, os partidos percorreram nas últimas duas semanas milhares de quilómetros à caça do voto e com mira no dia 18 de maio. Entre mergulhos, passeios de mota, idas às urgências e até uma candidatura a Belém, foram vários os momentos que marcaram esta campanha eleitoral.
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Ações de rua, comícios, tribunas públicas e muitos quilómetros percorridos. Os partidos foram a jogo e fizeram de tudo para convencer o eleitorado pela segunda vez em pouco mais de um ano. Dos dias intensos na estrada, há episódios que ficam na retina e que marcaram a campanha eleitoral.
Comboios parados agitam caravanas
Coincidência ou não, a greve dos trabalhadores da CP, de 7 a 14 de maio, coincidiu com as duas semanas das caravanas na rua e entrou na agenda dos partidos. O gatilho para a greve aconteceu depois de o Governo rejeitar o acordo obtido entre os sindicatos e a CP para a valorização dos salários. Miguel Pinto Luz disse que não podia satisfazer as reivindicações porque o Executivo está em "gestão", a Esquerda criticou e realçou que as soluções estavam nas mãos dos governantes. Os constrangimentos da paralisação, que não teve serviços mínimos, levaram Montenegro a sugerir a revisão da lei da greve, agitando os partidos à Esquerda.
Marcação cerrada dos ciganos
De Viana do Castelo ao Algarve, André Ventura foi recebido em várias cidades com protestos de elementos da comunidade cigana, que acusaram o partido de ser "fascista e racista". A marcação cerrada mereceu a resposta do líder do Chega ao sugerir que "fossem trabalhar". Ventura ainda criticou a inação do Governo por não travar os protestos.
Acelerar nas duas rodas
Em Famalicão, Pedro Nuno Santos fez-se à estrada até Santo Tirso na sua mota e vestido a rigor com um casaco de motard, luvas e capacete. O líder do PS pousou para as fotos e ainda arranjou tempo para engraxar os sapatos no mesmo engraxador de Mário Soares. Ventura gostou da ideia e escolheu as duas rodas para chegar a uma ação de campanha em Castelo Branco, mas no lugar do pendura porque não tem carta de condução e "por isso segue a cumprir as regras".
Mergulho em Espinho
Depois de Marcelo Rebelo de Sousa mergulhar no rio Tejo quando se candidatou à presidência da Câmara de Lisboa, foi a vez de Luís Montenegro fazer-se ao mar em Espinho, na sua terra natal. A ocasião também serviu para o social-democrata jogar vólei com os amigos e admitir que fazia uma boa dupla com Rui Rocha.
Pó verde pelo clima
Os ativistas climáticos entraram mais uma vez na campanha e Rui Rocha foi o alvo. O líder da Iniciativa Liberal foi atingido com pó verde durante um comício em Lisboa por duas jovens que irromperam o palco com cartazes contra os combustíveis fósseis. O partido vai apresentar queixa contra os dois jovens ativistas e afirmou que já passou por "contrariedades" mais pesadas na vida, que superou. Nas legislativas de 2024, Luís Montenegro também foi atingido com tinta verde durante uma ação de campanha.
Apoio incondicional do filho
Ao lado do pai, Hugo Montenegro marcou presença na campanha da AD, em Vila Real, para apoiar Luís Montenegro e falou pela primeira sobre a polémica com a Spinumviva. O jovem disse que está disponível para ir ao Parlamento prestar esclarecimentos e realçou que Montenegro desempenhou o seu papel de "proteger os filhos". A verdade é que a empresa familiar foi um dos grandes temas que marcou as duas últimas semanas. Até mereceu a irritação do líder da AD perante as questões dos jornalistas.
Ventura no hospital
A saúde fintou André Ventura e o internamento do líder do Chega no Hospital de Faro foi um dos momentos que marcou a campanha eleitoral. Ventura teve um espasmo esofágico que resultou da ingestão de água fresca. Um dia depois regressou à estrada, mas voltou a sentir-se mal e foi novamente parar ao Hospital de Santiago do Cacém fazer mais exames. Por falta de cardiologista, foi transferido para o Hospital de Setúbal.
Candidatura a Belém
O segredo mais mal guardado dos últimos meses foi revelado a poucos dias das legislativas. Gouveia e Melo anunciou a sua candidatura a Belém com os partidos na estrada e as críticas não tardaram. Da Esquerda à Direita, o timming escolhido foi considerado um "mau princípio" e que serviu para "desviar atenções". O ex-chefe de Estado Maior da Armada foi ainda acusado de não "saber respeitar os tempos das várias instituições".