Metade das candidaturas ao programa de apoio ao arrendamento jovem Porta 65 foram recusadas nos primeiros dois concursos do ano passado.
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E, no ano anterior, a taxa de recusa foi de 65%. As rendas máximas admissíveis por concelho estão desfasadas do mercado - chega a 86% de diferença - e o programa já não está a ajudar quem precisa arrendar casa. Especialistas defendem que são precisas novas abordagens ao problema da habitação.
Em 2019, um jovem que pretendesse arrendar um T1 com apoio do Porta 65 teria de encontrar o imóvel a um valor máximo de 463€ no Porto e 575€ em Lisboa. De acordo com os dados de mercado do Confidencial Imobiliário até ao terceiro trimestre de 2019, as rendas dos T1 custaram, em média, 702€ no Porto e 1007,5€ em Lisboa. Mesmo nas periferias das cidades, o mesmo teto de renda admissível em Gaia ou na Amadora foi excedido, por 18€ e por 176€, respetivamente. No caso de uma família que precise de um T3, a procura é ainda mais inglória: no Porto, os 892,5€ de mercado superam em muito os 575€ de teto máximo; e, em Lisboa, os 1302€ de mercado ficaram 74% acima dos 748€ de tabela. A maior diferença está nos T5, em Lisboa, que não se encontram a 860€, mas apenas a 1599€ (+86%).