Comissão de Recrutamento para a Administração Pública acusada de falta de transparência e de ser um meio para encapotar nomeações políticas.
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Mais de metade dos últimos concursos para dirigentes superiores de organismos do Estado acabaram sem que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) conseguisse apresentar propostas com três nomes com mérito para o exercício do cargo aos membros do Governo responsáveis pelos procedimentos. Nestes casos, são os ministros que escolhem quem ocupa os lugares, submetendo apenas os currículos a um parecer não vinculativo da CReSAP. A “opacidade” do organismo que foi criado para aumentar a transparência e acabar com a partidarização dos lugares de topo da Administração Pública tem suscitado críticas e pedidos de reflexão. Há mesmo quem diga que não passa de um meio para “encapotar nomeações políticas”.
O último caso polémico foi a nomeação da diretora-geral da Saúde. Quando a CReSAP anunciou que não encontrou personalidades com mérito para enviar uma proposta de designação ao ministro, vários médicos de saúde pública, incluindo o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, insurgiram-se porque sabiam da candidatura de nomes de peso.