Estudantes de anos de continuidade dos ensinos Básico e Secundário continuam à espera por disponibilização de manuais na plataforma MEGA.
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No dia em que deverão ser disponibilizados os vales para aquisição de manuais escolares dos alunos que vão iniciar um novo ciclo de escolaridade (1.º, 5.º, 7. º e 10.ºº anos), ainda havia, na segunda-feira, milhares de estudantes em anos de continuidade, como o 6.º ou o 11.º anos, à espera de obter os vouchers para o próximo ano letivo.
Após uma consulta a centenas de agrupamentos escolares do país, na plataforma MEGA do Ministério da Educação, o JN constatou que a maioria das escolas primárias já disponibilizou os vales na plataforma. De recordar que os estudantes do 1.º ao 4.º anos vão ter manuais novos. No caso dos alunos mais velhos, a probabilidade de ficar com livros reutilizados será maior: 70%é a taxa de reutilização que o Governo confirma para este ano. Neste caso, as famílias deslocam-se às escolas para levantar os manuais reutilizados, mas só depois de receberem os vouchers pela plataforma.
Realidades distintas
De Norte a Sul de Portugal, há vários anos de escolaridade - os de continuidade, como os 6.º, 8.º, 11.º e 12.º anos - que continuam sem vales disponíveis em muitos estabelecimentos públicos. É o caso dos agrupamentos de escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves, ou de Tomás Cabreira, em Faro.
Mesmo dentro de cada agrupamento, a realidade não é homogénea: veja-se o exemplo das primárias. Apesar de a maioria dos encarregados de educação dos alunos do 1.º ao 4.º anos já conseguir aceder aos vouchers na plataforma MEGA, há exceções. No Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, em Évora, há manuais disponíveis para todos os anos na Escola Básica de Bencatel, já na Escola Básica de Carrascal apenas o 3.º e 4.º anos têm vales. O Ministério da Educação recomenda que a plataforma seja consultada pelos pais diariamente, uma vez que os dados são atualizados todos os dias.
Decisões das escolas
Apesar do Governo ter definido o começo, a partir de ontem, da distribuição de vouchers para os alunos que iniciam um novo ciclo de escolaridade, os dados recolhidos pelo JN mostram que cada agrupamento estabeleceu o seu próprio calendário. Só, desta forma, se poderá explicar, que haja estabelecimentos onde ainda não há vales para manuais do 6.º ano, mas estes estejam disponíveis para os alunos do 5.º e 7.º anos. É o caso da Escola Básica e Secundária de Vila Cova, no concelho de Barcelos.
O JN questionou o Ministério da Educação quanto ao número de agrupamentos que ainda não emitiram vouchers para os anos de continuidade, no entanto a tutela remeteu para um ponto de situação feito este mês. Também não foi possível obter resposta quanto ao número de alunos que ficaram sem acesso a vales por não terem entregue ou por danificarem manuais escolares gratuitos nos anos letivos anteriores.
Os dados do Governo dão conta da emissão de 1,2 milhões de vales, até 12 de agosto, para todos os anos de escolaridade. Este ano, o processo começou uma semana mais cedo do que o previsto. As aulas começam entre 14 e 17 de setembro.
DÚVIDAS
CDS-PP questiona Governo sobre testagem e normas
O grupo parlamentar do CDS-PP questionou ontem o Governo sobre a política de testagem ao novo coronavírus no próximo ano letivo. Os centristas querem saber também se serão revistas as normas quanto ao isolamento profilático para quem esteja vacinado. Numa pergunta endereçada ao ministro da Educação, o CDS-PP questiona "qual vai ser a política de testagem definida para o pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos" e "qual a política de testagem no caso dos alunos e corpo docente que tenham já sido vacinados". Além disso, pretende saber se o Governo está "a equacionar uma terceira dose da vacina para professores e funcionários". "Serão revistas as normas da DGS no caso de isolamento profilático e quarentena para alunos vacinados e não vacinados? E o mesmo no caso dos professores (a fim de evitar que turmas inteiras tenham que estar em casa por períodos de 14 dias, de forma intermitente)?", perguntam.