Dois anos depois do início da pandemia, as viagens de finalistas a Espanha foram retomadas nestas férias da Páscoa, e, com elas, a fiscalização habitual da GNR. A operação "Spring Break", que começou na segunda-feira passada e só termina na sexta-feira, fiscaliza, aleatoriamente, os autocarros que transportam os estudantes do Ensino Secundário. Nesta quarta-feira à noite em Vilar Formoso, interrompeu a viagem de 140 estudantes do Colégio de Nossa Senhora do Rosário, do Porto.
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"Eles já sabiam que podia acontecer e o que lhe transmitimos foi que teríamos de colaborar com as autoridades", disse, ao JN, Paulo Costa, um dos professores que acompanha os alunos até Valência e, depois, durante o cruzeiro de 7 dias pelo Mediterrâneo.
À ordem de paragem de dois autocarros com a mesma proveniência, seguiu-se a retirada da bagagem que foi integralmente farejada pela cadela do binómio cinotécnico que integrava o contingente de 15 militares. Com um aparato que surpreendeu o grupo.
"Vínhamos quase todos a dormir e, como tivemos de parar e ver este cenário, foi um choque", atirou a finalista Francisca Duarte. "Realmente não estávamos à espera, mas são coisas normais. Há sempre quem possa trazer coisas ilegais e acho que são necessárias estas investigações", sublinhou o colega Francisco Louro. No caso, a averiguação foi concluída no final de 45 minutos e depois de, pelo menos, duas malas terem sido abertas.
"A equipa cinotécnica sinalizou essas malas, mas, digamos, foram falsos positivos e, até ao momento, não foi detetado qualquer ilícito criminal", assegurou o Capitão Ruben Baldaia, do Destacamento da GNR de Vilar Formoso. "Aliás, além da eventual deteção de produtos estupefacientes, fiscalizamos, também, as empresas que fazem este serviço de transporte ocasional e estava tudo bem", precisou o militar graduado.
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Viagens retomadas após 2 anos de pandemia
Suspensas nos últimos dois anos por causa das restrições pandémicas, as viagens de finalistas do Ensino Secundário foram retomadas com alegria redobrada.
"Julgávamos que nem agora conseguíamos fazer a nossa viagem, mas aconteceu e estamos muito gratos", comentou, efusivamente, Beatriz Gomes que, ao entusiasmo por causa da viagem, juntou o facto de atingir a maioridade esta quinta-feira. "Vou fazer 18 anos dentro de 10 minutos", disse, já a antecipar a festa e o cântico dos parabéns dos colegas.
"Estamos muito ansiosos, estamos à espera disto há imenso tempo e até achávamos que não íamos sair por causa da covid, mas, agora, está a ser um sonho que se torna realidade", acrescentou Francisca Duarte. Idêntico sentimento foi partilhado pelo professor Paulo Costa. "Foram dois anos muito duros e vamos aproveitar um bocadinho o aligeirar das restrições, com particular enfoque no convívio e no conhecimento. Esperamos que corra tudo bem", concluiu.
Devolvida a bagagem aos autocarros, alunos e professores voltaram aos seus lugares, dobraram a fronteira e seguiram viagem. Não pela fronteira convencional, mas pela A62, autoestrada trasneuropeia que, no final do ano passado, abriu e desviou o trânsito do centro da vila.