Um militar português ficou ferido, este domingo de madrugada, durante uma operação em Bangui, na República Centro Africana.
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O militar português "sofreu ferimentos ligeiros", "está bem e a recuperar favoravelmente", disse o comandante Pedro Coelho Dias, porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas (EMGFA), em declarações à RTP.
Os ferimentos foram provocados por uma granada ofensiva, tendo o militar ficado com estilhaços nas costas, na zona da omoplata direita, explicou o porta-voz do EMGFA. O militar encontra-se em observação, acrescentou.
Segundo o comandante Pedro Coelho Dias, o militar ficou ferido durante uma operação no 3.º distrito da cidade de Bangui, para "neutralizar os grupos armados que atuam" naquela zona.
"Da ação determinada e proeficiente dos militares portugueses resultou a capturada de quatro elementos do grupo armado opositor, diverso material e a destruição de viaturas do inimigo", acrescentou o EMGFA em comunicado.
Este é o segundo incidente na última semana. Uma patrulha constituída por militares portugueses na missão da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) foi atacada no dia 31 de março, em Bangui, por um grupo armado, não se registando baixas.
Presidente deseja "rápidas melhoras"
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou telefonicamente este domingo de manhã com o comandante da força nacional destacada em Bangui, "tendo-se inteirado do violento incidente" com os militares portugueses, de acordo com uma nota colocada no site da Presidência da República.
O chefe do Estado "desejou rápidas melhoras" ao soldado ferido, acrescenta a nota.
Contingente no país desde março
A República Centro-Africana é um país atormentado por um conflito desde 2013. As autoridades centro-africanas apenas controlam uma pequena parte do território nacional. Num dos países mais pobres do mundo, vários grupos armados disputam províncias pelo controlo de diamantes, ouro e gado.
No início de março, a 3.ª Força Nacional Destacada (FND) partiu para a República Centro-Africana: um contingente composto por 138 militares, dos quais três da Força Aérea e 135 do Exército, a maioria oriunda do 1.º batalhão de Infantaria Paraquedista.
Estes militares juntaram-se aos 21 que já estavam no terreno, sediados no aquartelamento de Bangui, desde o dia 18 de fevereiro.
O atual contingente foi substituir a 2.ª FDN, força integrada por um contingente de 156 militares do Exército, na sua maioria do regimento de Comandos, após seis meses de empenhamento nas regiões de Bangui, Bocaranga e Bangassou.
No terreno está também uma missão de treino da União Europeia (European Union Training Mission - EUTM), iniciada em 2014 e que conta atualmente com 14 militares portugueses.