Uma companhia de forças militares portuguesas, presente na República Centro-Africana, combateu durante três horas a milícia 3R, perto da fronteira com os Camarões. Apesar do fogo cerrado, não houve baixas do lado português.
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Uma força militar portuguesa, integrada na Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana e que estava no meio de uma operação de patrulhamento entre os municípios de Yade e Koui, começou por detetar com os drones do Exército um acampamento onde estavam elementos armados com lanças granadas-foguetes (RPG) e espingardas de assalto.
Tendo em conta o cenário sinalizado a 10 quilómetros de Koui, os portugueses começaram por pedir apoio aéreo à força militar do Sri Lanka, que estava de prevenção em Bocaranga - um município que já fez parte de Koui, revelou o Estado-Maior-General das Forças Armadas, que só ao início da noite desta quarta-feira avançou com os detalhes deste episódio ocorrido já no dia 14 de agosto, a 550 quilómetros da capital Bangui.
Já com o apoio do helicóptero cingalês, no qual se encontrava um controlador aéreo português, a força nacional começou por disparar granadas de morteirete, tendo depois avançado para o acampamento.
Ao chegar ao local, os portugueses ficaram debaixo de fogo "dos elementos do Grupo 3R, que atingiram duas viaturas da Força, o que levou a uma reação com o disparo das armas destas viaturas".
Já apeados, parte dos portugueses mantiveram-se em combate durante três horas, "em condições de contacto", "tendo neutralizado três posições dos 3R". No final, foram apreendidos no tal acampamento "diversos equipamentos de comunicações e alguns artigos de vestuário e armamento improvisado".
Já no regresso à base, em Bocaranga, os portugueses perceberam que as duas viaturas blindadas Pandur tinham "as marcas de tiros, disparados por elementos do grupo armado".
A força nacional ali colocada integra um contingente de 180 militares portugueses, essencialmente tropas especiais paraquedistas do Exército mas que também integra operacionais de outras unidades do Exército e controladores aéreos avançados da Força Aérea.
Têm como missão proteger a população de Bocaranga dos ataques do 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação), uma milicia armada que diz representar o grupo étnico Fulani, um dos muitos que existem naquele país, e que já se comprometeu diversas vezes nos últimos anos com cessares-fogo.