Os agricultores transmontanos vão, para já, parar os protestos e deixar de bloquear estradas, porque “algumas das reivindicações” foram atendidas pela ministra da Agricultura, que hoje participou numa reunião em Macedo de Cavaleiros com os produtores que, na passada quinta-feira, cortaram a A4 em protesto.
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“Tivemos de ceder em algumas coisas, mas, efetivamente, conseguimos algumas vitórias. Os agricultores que foram sujeitos a controlo relativamente à campanha de 2023 têm a garantia da ministra e do Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP)" de que as compensações reivindicadas serão concluídas e pagas até ao final de fevereiro, explicou Armindo Lopes, em representação dos agricultores, no final da reunião com Maria do Céu Antunes.
Quanto à reivindicação dos ecorregimes, ficou acordado que estes serão pagos na totalidade até ao fim de fevereiro.
"A ministra informou-nos que, no que respeita ao modo de produção biológica e agricultura integrada, dos 35% que iam ficar com cortes, vão ficar apenas 10% para pagamento a 25 de junho e o remanescente será pago em março. Inicialmente, o comunicado do IFAP dizia que os 60 milhões aprovados em Conselhos de Ministros só seriam pagos após aprovação em Bruxelas, mas temos a garantia do vice-presidente do IFAP que, durante o mês de fevereiro ou meados de março, serão pagos, exceto 10%”, acrescentou Armindo Lopes.
Sobre a redução do imposto do gasóleo agrícola, que os agricultores querem que seja alargado a todos os veículos usados na produção, a ministra não se comprometeu, porque falta a aprovação da Assembleia da República.
“Ficamos a aguardar. Quanto à possibilidade de usar para rega algumas barragens, como a do Baixo Sabor, está em estudo um plano de eficiência hídrica para todo o distrito, que já está em curso”, afirmou Eduardo Almendra. “Não vamos continuar a luta, bloqueando as estradas, porque temos de acreditar nas pessoas, mas vamos continuar a defender os interesses dos agricultores. Nós queríamos o comprometimento no pagamento de algumas medidas aos agricultores”, adiantou.
Os agricultores cederam “na flexibilização dos prazos dos pagamentos” e a ministra explicou os atrasos “devido à mudança de quando comunitário”, acrescentou Almendra.
A ministra da Agricultura entrou e saiu da reunião sem prestar declarações aos jornalistas, mas uma fonte do Ministério da Agricultura explicou que ainda hoje se iria reunir com agricultores de Carrazeda de Ansiães, em Mirandela, e que haveria mais encontros noutras regiões.