"O Governo não mantém nenhuma lista secreta", garante Constança Urbano de Sousa.
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"Não existe nenhuma lista secreta, todas as pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal que faleceram na consequência direta, naturalmente, desse incêndio", garantiu, esta segunda-feira, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
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"O Governo não mantém nenhuma lista secreta. A lista de vítimas consta num processo judicial em segredo de justiça", disse, após ter sido confrontada por jornalistas a propósito do número de vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande.
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"Os critérios definidos pela PJ e Ministério Público foram critérios muito objetivos, pessoas que faleceram numa consequência desse incêndio, seja por inalação de fumos, seja por queimaduras, por exemplo", explicou ainda.
Também António Costa garantiu que "todas as aldeias foram vistas casa a casa e não foi reportada mais nenhuma além das vítimas conhecidas. Se alguém conhece mais alguma situação deve comunicá-la prontamente às autoridades. Seria intolerável que qualquer facto ficasse por apurar ou qualquer dúvida que subsistisse", afirmou o primeiro-ministro.
António Costa referiu que "não é o Governo que constrói a estatística", indicando que são as "autoridades técnicas" a fornecer os números. A dimensão desta tragédia não era menor se tivesse sido metade o número de pessoas que faleceram", frisou.
Na edição desta segunda-feira, o "jornal I" publica uma lista com 73 nomes que o jornal diz terem sido mortos confirmados da tragédia. Desta lista, elaborada por uma empresária para a realização de um memorial às vítimas, fazem parte 38 nomes de pessoas que morreram na Estrada Nacional 236.1, encurraladas pelos incêndios.
Já no fim de semana, o jornal "Expresso" referia que o número final de mortos, divulgado pelas autoridades, excluía pelo menos um caso: de uma senhora que morreu atropelava quando fugia às chamas.
O incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, segundo as autoridades pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.