O Conselho Nacional de Educação (CNE) defende a restruturação dos ciclos de ensino no Básico com o fim do 2.º ciclo para se potenciar o sucesso das aprendizagens. O ministro, João Costa, admite mudanças mas sublinha que a revisão carece de “uma reflexão profunda” e não de “medidas simplistas”.
Corpo do artigo
O problema, refere João Costa ao JN concordando com o CNE, é que na passagem do 4.º para o 5.º ano “há uma transição demasiado abrupta” entre um regime de monodocência [1.º ciclo] e diversos professores no 2.º ciclo.
No “Estado da Educação 2022”, o CNE considera “já não existir justificação” para um ciclo de dois anos, classificado de “enclave”, “descaracterizado” e sem paralelo no resto da Europa. Adélia Lopes, que assina o texto no relatório, defende a existência de um primeiro ciclo de seis anos para os alunos dos 6 aos 12 anos. E aponta dois cenários: ou um único grupo de docência no ensino primário após um período de transição com apoios na formação dos professores ou a criação de equipas pedagógicas, com um número reduzido de docentes que acompanhem todo o o percurso dos alunos. Ou seja, sugere o órgão consultivo do ME, o sistema deve evoluir de um regime de monodocência (1.º ciclo) para a pluridocência.