Ministro da Agricultura diz que antecessora foi enganada sobre apoios de 100 milhões de euros
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, criticou, esta sexta-feira, o anterior Governo, por não colocar no Orçamento do Estado (OE) 100 milhões de euros de ajudas prometidas aos agricultores.
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“A minha antecessora garantiu-me várias vezes que 100 milhões de euros para ajudas aos agricultores do Alentejo e Algarve estavam no Orçamento do Estado (OE) para 2024. Creio que a senhora ministra falou verdade, mas foi enganada por alguém”, disse ao início da tarde, em Beja, o ministro da Agricultura, depois de ontem o responsável das Finanças, Morais Sarmento, ter garantido que não havia dinheiro para tais apoios.
À margem de mais uma presença na Ovibeja, José Manuel Fernandes justificou que falou com o Ministério das Finanças e "não existe cabimentação nenhuma e vamos ter que resolver o problema. Assim podiam ter aprovado em Conselho de Ministros 100 mil milhões. Assim, não custa prometer e depois não estar no OE”, rematou o responsável da pasta da agricultura.
Sobre os novos protestos que os agricultores do Algarve podem desencadear, o ministro colocou-se ao lado dos “homens da terra”, justificando que “têm razão porque não foram bem tratados e valorizados. Há 816 milhões de euros garantidos para investir no abastecimento e armazenamento de água e desses, 456 milhões têm que ser executados até 2025, 160 mil até 2026 e os restantes 200 mil até 2027”, resumiu José Manuel Fernandes.
“Os agricultores têm toda a razão para protestar. Não podemos enganar os agricultores, abrindo a torneira e depois fechar”, acrescentando que “vamos investir forte na região algarvia e não excluo uma interligação na rede nacional. Só 20% da água é retira e não podemos deixar ir para o mar”, rematou o ministro.
José Manuel Fernandes revelou que “Portugal não quis 8.300 milhões de euros do PRR para resolver o problema água”, acrescentando que para aplicar o Plano de Armazenamento e Gestão da Água (PAGA) “há um documento que se chama Regadio 20/30 e esse estudo é para aplicar, não se precisa de andar à roda com estudos e comissões”, concluiu.
José Manuel Fernandes reúne na tarde desde sexta-feira com dirigentes da ACOS-Agricultores do Sul e afirmou que “a forma de resolver os problemas da agricultura é com diálogo", garantindo que está aberto a "reunir om todos”.