Ministro da Economia vai receber ativistas que fecharam portões do Liceu Camões
Alunos e professores impedidos de entrar na escola. Ministro da Economia recebe esta terça-feira seis manifestantes.
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No Liceu Camões, em Lisboa, os protestos subiram de tom na manhã desta segunda-feira, após uma semana de ocupação. Os ativistas do movimento Fim ao fóssil: Ocupa!, que estavam acampados na secundária, decidiram encerrar, a cadeado, os portões da escola. Os jovens barricados impediram que houvesse aulas, o mesmo já tinha sucedido, na sexta-feira, na Escola Artística António Arroio, também em Lisboa.
Após um encontro com o diretor do liceu, João Jaime Pires, os ambientalistas decidiram suspender a ocupação. "Estes jovens precisam de falar. Para eles, o mundo vai acabar dentro de sete anos e, se o mundo acabar com eles, acaba para todos nós", alertou o diretor, solidário com a causa, embora discorde da interrupção das aulas.
A normalidade é retomada esta terça-feira, com o compromisso, por parte da direção, de que as alterações climáticas e o combate aos combustíveis fósseis serão debatidos em ambiente escolar.
Depois ter manifestado abertura para conversar com ativistas, o ministro da Economia, António Costa e Silva, vai reunir-se, esta terça-feira, com seis representantes. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, saiu em defesa de Costa e Silva. A Greve Climática Estudantil convocou uma concentração, em frente ao Ministério da Economia, enquanto decorre o encontro.
Ao mesmo tempo que os protestos no Liceu Camões decorriam, foram ouvidos, no tribunal, os quatro estudantes que, no início da madrugada de sábado, recusaram abandonar a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), acabando por ser detidos pela PSP.
Os ativistas rejeitaram a suspensão provisória do processo e vão a julgamento, por crime de desobediência, no dia 29 de novembro. Hoje, a comunidade académica da FLUL vai manifestar-se, pelas 16 horas, contra o facto do diretor, Miguel Tamen, ter chamado as autoridades policiais para retirar os ativistas.
Sem intervenção policial, a escola António Arroio foi desocupada no sábado, no mesmo dia em que os estudantes barricados na Faculdade de Ciências Sociais foram convidados a sair pela direção, não oferecendo resistência. Ao JN, os ativistas adiantaram que retomarão as ocupações na primavera. "Prevemos algo maior, sendo que estas ocupações já tiveram uma grande adesão", conta Gil Oliveira.